O presidente chinês, Xi Jinping, destacou a importância da cooperação internacional e da modernização econômica durante um encontro com líderes das principais organizações econômicas internacionais, realizado no Grande Salão do Povo, em Pequim.
A declaração de Xi foi feita na manhã desta terça-feira (10) quando ele recebeu líderes de importantes organizações econômicas internacionais no Grande Salão do Povo, em Pequim, durante o Diálogo "1+10".
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Entre os participantes estrangeiros estavam a presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff; a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva; o presidente do Banco Mundial, Ajay Banga; e a diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Ngozi Okonjo-Iweala.
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Xi apontou que o mundo enfrenta transformações aceleradas e desafios inéditos, ressaltando a necessidade de construir uma economia global aberta e cooperativa.
Ele destacou que a interdependência econômica deve ser vista como uma oportunidade, e não como um risco, para promover benefícios mútuos e justiça na governança econômica global.
"Devemos tornar o sistema de governança econômica global mais justo e equitativo, refletindo as mudanças no panorama econômico mundial, com maior representação e voz para os países do Sul Global", afirmou.
Confiança na economia chinesa
Xi enfatizou que a economia chinesa, após mais de quatro décadas de crescimento acelerado, alcançou uma fase de alta qualidade. Ele reafirmou a confiança da China em atingir a meta de crescimento de 2024, contribuindo para a estabilidade econômica global.
"Continuaremos a expandir nossa abertura, estabelecer novos sistemas para uma economia de padrão elevado e oferecer mais oportunidades de desenvolvimento para outros países, compartilhando os benefícios do crescimento chinês com o mundo", declarou Xi.
Entre as medidas destacadas, estão a ampliação da abertura econômica, a adoção de sistemas modernos e o fortalecimento das relações comerciais internacionais.
Medidas Econômicas em 2024
- Política monetária flexível: Pela primeira vez em 14 anos, a China anunciou flexibilizações monetárias para estimular o consumo e enfrentar tensões comerciais.
- Estímulo ao mercado interno: Cortes nas taxas de juros e uma redução no depósito compulsório injetaram cerca de US$ 142 bilhões na economia.
- Apoio a governos locais: Um pacote de 10,1 trilhões de yuans foi implementado para aliviar dívidas ocultas e fomentar infraestrutura.
- Setor imobiliário: Incentivos como subsídios ao consumo e redução de pagamentos iniciais visam revitalizar o setor e fortalecer o mercado doméstico.
Resultados de 2024
Apesar de desafios no setor imobiliário e tensões globais, a China manteve um crescimento econômico moderado, com um avanço de 4,6% no terceiro trimestre.
Nesta terça-feira (10), a Administração Geral de Alfândegas (GAC, da sigla em inglês) divulgou o desempenho positivo do comércio exterior da China entre janeiro e novembro de 2024.
O comércio exterior da China cresceu 4,9% em relação ao ano anterior, atingindo 39,79 trilhões de yuans (US$ 5,49 trilhões). O desempenho reflete um crescimento estável e melhorias estruturais contínuas no setor.
- Exportações: Subiram 6,7% no período, totalizando 23,04 trilhões de yuans (US$ 3,21 trilhões).
- Importações: Registraram alta de 2,4%, atingindo 16,75 trilhões de yuans (US$ 2,33 trilhões).
Em novembro, as exportações cresceram 5,8%, enquanto as importações caíram 4,7%, refletindo a fraqueza na demanda interna e preços baixos de commodities.
Alta tecnologia impulsiona exportações
Os produtos de alta tecnologia e alto valor agregado destacaram-se entre as exportações chinesas, representando cerca de 60% do total. Houve crescimento expressivo nas exportações de equipamentos de processamento de dados, circuitos integrados e automóveis.
Principais parceiros comerciais
- ASEAN: Maior parceiro comercial, com trocas bilaterais de 6,29 trilhões de yuans (US$ 864,875 bilhões), crescimento de 8,6%.
- União Europeia: Comércio totalizou 5,09 trilhões de yuans (US$ 700,375 bilhões) (+12,8%).
- EUA: Registrou 4,44 trilhões de yuans (US$ 610,5 bilhões), representando 11,2% do total.
- Iniciativa do Cinturão e Rota: Comércio com países participantes alcançou 18,74 trilhões de yuans (US$ 2,577 trilhões), alta de 6%.
Políticas de estímulo e ajustes
Desde setembro, o governo chinês implementou pacotes de políticas para apoiar o comércio exterior, incluindo:
- Otimização do ambiente de negócios nos portos.
- Simplificação dos processos alfandegários para empresas de comércio exterior.
- Especialistas indicam que essas medidas fortaleceram a recuperação do consumo interno e a competitividade global dos produtos chineses.
Desafios e perspectivas
A queda nas importações, atribuída à fraca demanda doméstica e à baixa nos preços internacionais de commodities, é compensada pelo aumento na importação de produtos minerais e energéticos, além de componentes eletrônicos e maquinário, sinalizando uma recuperação gradual da demanda interna.
Com um desempenho consistente e a expansão nas exportações de alta tecnologia, a China está no caminho para alcançar seus objetivos anuais de crescimento e qualidade no comércio exterior, consolidando sua posição como um dos principais motores da economia global.
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