O estudante Wagner Dantas, 34 anos, foi um dos cerca de 100 brasileiros que enviou uma carta ao presidente da China, Xi Jinping, e foi respondido.
LEIA TAMBÉM: Xi Jinping responde carta de brasileiros
Te podría interesar
Em conversa com a Fórum, Dantas contou sobre sua trajetória no gigante asiático, que reflete uma combinação de convicções políticas e ambições acadêmicas. Marxista-leninista declarado, ele vê a China como o maior exemplo de país socialista contemporâneo.
Motivado por essa perspectiva, ele embarcou no estudo das ideologias de Mao Zedong e do atual líder chinês, Xi Jinping, como forma de aprofundar seu entendimento sobre o socialismo com características chinesas.
Te podría interesar
Nascido em Maceió, capital alagoana, viveu a maior parte da vida em Recife, capital de Pernambuco e se considera recifense. Formado em Relações Internacionais, Wagner decidiu investir na experiência de viver e estudar na China para aprimorar suas competências no campo.
“As relações entre o Brasil e a China estão cada vez mais fortes, e eu percebi que isso poderia fortalecer meus estudos e minha carreira,” comentou.
Além do interesse acadêmico, Wagner tem laços pessoais com a língua e cultura chinesas, pois trabalhava com colegas chineses enquanto cursava Relações Internacionais.
"Eu queria entender o que eles diziam e construir uma amizade genuína com eles", revelou.
Até o momento, Wagner já viveu na China em três períodos distintos: de fevereiro a julho de 2018; de setembro de 2019 a janeiro de 2020; e de agosto de 2023 a julho de 2024. Agora, ele está em Camaçari, na Bahia, e volta à China em 2025 para defender o mestrado.
Emoção com a carta de Xi
Ele conta que ficou muito entusiasmado e honrado ao receber a resposta do presidente Xi.
"Isto não é apenas um incentivo para mim pessoalmente, mas também uma afirmação do meu trabalho. Sinto profundamente que a responsabilidade que recai sobre os meus ombros é ainda maior e estou determinado a contribuir mais para a cooperação amistosa e o intercâmbio cultural entre a China e o Brasil", disse.
Dantas conta que continuará trabalhando duro e espera muito encontrar o presidente chinês pessoalmente algum dia.
"Ele é um grande líder no mundo. Ele trabalha duro para servir as pessoas de todo o coração. Eu o admiro muito e quero aprender com ele", conclui.
Vivência na China
Com o nome chinês de Li Zhuilong, ele cursa mestrado em Comunicação na Universidade de Hubei, uma instituição de ensino superior pública localizada na cidade de Wuhan, é uma das principais da região central do país.
Na mensagem ao presidente Xi, Dantas agradece pela oportunidade de estudar no país por meio de uma bolsa de estudos oferecida pelo governo chinês.
Ex-aluno do Instituto Confúcio da Universidade Estadual Paulista (Unesp), ele destacou a importância das relações diplomáticas entre Brasil e China, que completam 50 anos neste ano.
Na carta, Dantas relatou seu encantamento com a cultura chinesa e mencionou a longa história, tradições, gastronomia, arte e a filosofia política que orienta o desenvolvimento da nação asiática.
Vínculos partidários
Como membro do Partido dos Trabalhadores (PT) do Brasil, o estudante mencionou o vínculo histórico entre seu partido e o Partido Comunista da China (PCCh), que celebram 40 anos de relações neste ano. Também expressou esperança no fortalecimento dos laços entre as duas nações e manifestou o desejo de contribuir para o desenvolvimento das relações bilaterais.
"Acredito firmemente no potencial de cooperação entre os dois países e comprometo-me a ser um embaixador dessa troca, promovendo o entendimento mútuo entre nossos povos e buscando nossos interesses comuns", escreveu o estudante.
Desde sua chegada à China, ele conta diversas mudanças positivas em sua vida, incluindo o aprimoramento do conhecimento da língua e cultura chinesas, o desenvolvimento de habilidades acadêmicas e profissionais e a formação de amizades com cidadãos chineses. Ele ressaltou que essas experiências reforçaram sua crença no potencial de aprendizado mútuo entre Brasil e China.
O estudante destacou ainda que o Brasil pode aprender com a China em áreas como desenvolvimento econômico, industrialização, novas tecnologias e segurança, enquanto a China poderia se beneficiar conhecendo melhor o sistema de saúde, educação e as leis trabalhistas brasileiras.
"Estou convencido de que o intercâmbio de conhecimento e experiências entre nossos países pode criar um ambiente de aprendizado mútuo, promovendo o progresso de ambos e melhorando a qualidade de vida de nossos povos", concluiu.
Siga os perfis da Revista Fórum e da jornalista Iara Vidal no Bluesky