A China pede a imediata desescalada das tensões entre Israel e Líbano. Estão em curso operações militares terrestres israelenses no sul do território libanês. Também houve ataques de mísseis balísticos do Irã contra Israel.
No cenário de aumento diário das tensões, o representante permanente da China nas Nações Unidas, Fu Cong, pediu a imediata redução das tensões na situação entre o Líbano e Israel.
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Fu alertou que quaisquer provocações adicionais poderiam facilmente fazer com que a situação, que agora está "por um fio", saísse do controle. Nas últimas duas semanas, a situação no Oriente Médio, especialmente no Líbano, deteriorou-se rapidamente.
Durante uma sessão de emergência do Conselho de Segurança da ONU nesta quarta-feira (2), Fu afirmou que a China está profundamente preocupada com a gravidade da situação e as perspectivas para os desenvolvimentos futuros.
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O diplomata chinês expressou que a China pede respeito à soberania, segurança e integridade territorial de todos os países. Fu também reiterou a oposição de Pequim a qualquer ação que viole os princípios básicos das relações internacionais e condenou todos os ataques violentos contra civis.
"A China apoia a posição da ONU, enfatizando que quaisquer incursões israelenses no Líbano violam a soberania e a integridade territorial deste país, e são uma violação das disposições da Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU", disse Fu.
Diante das circunstâncias atuais, o enviado chinês disse que o Conselho de Segurança da ONU deve tomar ações urgentes e estar unido ao fazer exigências claras e inequívocas:
- um cessar-fogo imediato deve ser estabelecido em Gaza;
- a redução das tensões entre o Líbano e Israel deve ser promovida para interromper o ciclo de violência;
- todos os esforços devem ser feitos para evitar a disseminação dos combates; e
- as partes envolvidas devem retornar ao caminho das soluções políticas e diplomáticas.
Israel ignora apelos da comunidade internacional
"Desde outubro do ano passado, ciclos de conflito violento têm ocorrido repetidamente no Oriente Médio. Israel ignorou os apelos da comunidade internacional por um cessar-fogo imediato e insistiu em avançar com ações militares, levando à prolongação e escalada do conflito. Uma guerra em grande escala pode eclodir a qualquer momento", alertou Fu.
Neste momento crítico, qualquer retórica inflamatória ou ações provocativas são extremamente perigosas e podem facilmente levar a erros de julgamento, desencadear reações em cadeia e fazer a situação sair de controle.
"A China pede a todas as partes, especialmente Israel, que exerçam moderação e evitem qualquer ação que possa agravar ainda mais a situação", observou Fu.
Gaza virou um inferno na Terra
Fu disse que o conflito causou um desastre humanitário sem precedentes, Gaza tornou-se "um inferno na Terra", e a destruição maciça de instalações civis, milhares de vítimas e mais de 1 milhão de pessoas deslocadas no Líbano.
O embaixador pediu a todas as partes que respeitem os limites do direito humanitário internacional e garantam a proteção dos civis.
Advertindo que a situação atual está "por um fio", Fu disse que qualquer procrastinação seria irresponsável, e qualquer retórica de conivência com mais aventuras militares enviaria uma mensagem errada e poderia causar sérias consequências.
"Esperamos que grandes países com influência adotem uma atitude sincera e responsável e desempenhem um papel construtivo para evitar a escalada da situação", enfatizou.
Fu reiterou a importância de respeitar a neutralidade da Força Interina das Nações Unidas no Líbano e garantir a segurança dos soldados da paz da ONU. "Os ativos e o pessoal da ONU não devem ser alvo de ataques armados", disse ele.
Israel avança no território do Líbano
Na quarta-feira (2), Israel avançou com uma incursão terrestre no Líbano contra o Hezbollah, deixando oito soldados israelenses mortos, e realizou ataques em Gaza que mataram dezenas, incluindo crianças.
O Irã lançou quase 200 mísseis balísticos contra Israel na terça-feira, o que Teerã disse ser uma retaliação pelos recentes assassinatos de altos funcionários do Hezbollah e do Hamas.
Enquanto isso, 55 pessoas foram mortas e 156 ficaram feridas em ataques aéreos israelenses no Líbano nas últimas 24 horas, segundo o ministério da saúde libanês na manhã de quarta-feira.
O Ministério das Relações Exteriores da China expressou profundas preocupações na quarta-feira sobre a turbulência no Oriente Médio, enfatizando que a China se opõe à violação da soberania, segurança e integridade territorial do Líbano, e se opõe a movimentos que alimentam a hostilidade e intensificam as tensões.
A China pede à comunidade internacional, especialmente aos principais países com influência, que desempenhem um papel construtivo e evitem mais turbulências.
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