A China pede o fim da ação dos rebeldes Houthis de perturbação a navios civis e insta as partes relevantes a evitar jogar lenha na fogueira no Mar Vermelho e salvaguardar conjuntamente a segurança da rota de navegação da região de acordo com a lei.
Pequim enfatiza ainda que a tensão no Mar Vermelho é uma manifestação do transbordamento do conflito em Gaza. Para o governo chinês, a prioridade agora é encerrar os combates em Gaza o mais rápido possível para evitar uma escalada adicional e impedir que a situação saia do controle.
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"A China tem feito esforços ativos para aliviar as tensões no Mar Vermelho desde o início, tendo pedido o fim dos ataques a navios civis e instado as partes relevantes a evitar alimentar as tensões no Mar Vermelho", disse o principal diplomata chinês, Wang Yi, em uma entrevista após concluir sua viagem à África.
Durante a visita de Wang, ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, foram realizadas discussões sobre o enfrentamento dos efeitos do conflito em Gaza, particularmente sobre a salvaguarda da segurança dos canais de navegação do Mar Vermelho.
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"A China pede o fim do assédio a navios civis e insta as partes relevantes a evitar alimentar o fogo, salvaguardar conjuntamente a segurança das rotas marítimas de acordo com a lei e respeitar seriamente a soberania e a integridade territorial dos países que fazem fronteira com o Mar Vermelho, incluindo o Iêmen", ressaltou o chanceler.
Resposta à matéria do Financial Times
Além disso, durante entrevista regular de imprensa em Pequim, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, o equivalente ao Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, reforçou a declaração do ministro Wang Yi.
"Estamos profundamente preocupados com a recente escalada rápida das tensões no Mar Vermelho. O Mar Vermelho é uma importante rota comercial internacional para bens e energia. A China tem estado em estreita comunicação com várias partes e trabalhado ativamente para aliviar a tensão no Mar Vermelho", afirmou.
Wang respondeu ao questionamento sobre matéria veiculada pelo Financial Times desta quarta-feira (24) que reporta que os Estados Unidos pediram à China para instar Teerã a conter os rebeldes Houthi alinhados ao Irã que têm atacado navios comerciais no Mar Vermelho, mas viram poucos sinais de ajuda de Pequim.
O porta-voz da diplomacia chinesa ressaltou que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) nunca autorizou o uso da força por qualquer país no Iêmen, e a soberania e a integridade territorial do Iêmen e de outros países costeiros do Mar Vermelho precisam ser seriamente respeitadas.
"A China está pronta para trabalhar com todas as partes para ajudar a acalmar a situação e salvaguardar a segurança e estabilidade da região do Mar Vermelho", finalizou.
Ainda de acordo com matéria veiculada pelo Financial Times, o esforço diplomático estadunidense em Pequim ocorre enquanto os EUA e aliados continuam a bombardear posições dos Houthis no Iêmen em resposta a pelo menos 33 ataques dos Houthis a navios comerciais que transitam pelo Mar Vermelho desde meados de novembro.
Os EUA e o Reino Unido realizaram ataques generalizados novamente na segunda-feira (22).Os Houthis são apoiados pelo Irã, que tem desfrutado de laços comerciais e diplomáticos mais profundos com a China nos últimos anos.
China defende solução de dois Estados na ONU
O representante permanente da China na ONU, Zhang Jun, reiterou nesta terça-feira (23) a necessidade de o Conselho de Segurança reafirmar a urgência da solução de dois estados para resolver o conflito Israel-Palestina na Faixa de Gaza.
Ele fez essas observações em uma reunião de alto nível do Conselho de Segurança sobre o Oriente Médio.
Entenda a crise no Mar Vermelho
A crise do Mar Vermelho é uma questão internacional que afeta as cadeias de suprimentos globais e a segurança das rotas marítimas de comércio, envolvendo partes interessadas de todo o mundo.
Resolver a crise do Mar Vermelho envolve um esforço coletivo para resolver a crise na região palestina. Sem abordar essa causa raiz, meramente tentar resolver a crise no Mar Vermelho provavelmente será insuficiente.
O motivo por trás dos rebeldes Houthi interceptarem navios comerciais no Mar Vermelho é atingir Israel, o que sinaliza a necessidade de Israel resolver o conflito e acabar com o castigo coletivo do povo na Faixa de Gaza.
Os frequentes ataques dos EUA e forças ocidentais contra os rebeldes Houthi levam ao surgimento de mais forças anti-estadunidenses, incluindo a unificação de forças como o Irã, o Hezbollah no Líbano e os rebeldes Houthi.
O transbordamento do conflito israelense-palestino tem se intensificado nas direções da Síria, Líbano e Mar Vermelho e apresenta um aumento coordenado nas tensões.
A questão palestina permanece no cerne do problema do Oriente Médio, tocando na paz e estabilidade da região e testando a consciência moral da humanidade,