O tamanho da classe média da China, já de 400 milhões, continuará a aumentar para 800 milhões durante a próxima década. Essa previsão foi apresentada pelo primeiro-ministro da potência asiática, Li Qiang, durante discurso especial na 54ª Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial em Davos-Klosters, Suíça, nesta terça-feira (16).
Li apresentou um prognóstico positivo para a saúde econômica da China e delineou a visão do país para uma economia aberta e colaborativa, voltada para o ambiente de negócios de empresas nacionais e multinacionais.
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O premiê chinês disse ainda que as taxas de urbanização permanecem 10% mais baixas do que nos países desenvolvidos, indicando que a migração para as cidades continuará em ritmo acelerado, criando mercados e oportunidades à medida que as famílias recém-urbanas melhoram o seu consumo.
“Tudo isto criará uma procura massiva em áreas como habitação, educação, serviços médicos e cuidados a idosos”, disse ele.
Li apresentou cinco propostas para resolver o déficit de confiança na macroeconomia global:
- melhor coordenação internacional da política macroeconômica
- maior especialização industrial entre os países, a fim de estabilizar as cadeias de abastecimento
- intercâmbio internacional mais aberto de conhecimentos científicos e tecnológicos
- colaboração internacional reforçada no desenvolvimento verde e na abordagem às alterações climáticas
- melhor cooperação Norte-Sul
Economia da China cresce em ritmo estável
Sobre o recente desempenho econômico da China, Li destacou que a contribuição do país para o crescimento global permaneceu estável em cerca de 30%, e que o seu conjunto de talentos científicos e tecnológicos continua a ser o maior do mundo.
“Olhando para o quadro mais amplo, estamos agora promovendo a modernização chinesa em todas as frentes através do desenvolvimento de alta qualidade. Proporcionar a modernização a mais de 1,4 mil milhões de pessoas será uma conquista notável na história da humanidade, que proporcionará um impulso contínuo ao desenvolvimento da China e do resto do mundo”, analisou o primeiro-ministro.
Li destacou as contribuições da China para a descarbonização, citando que mais da metade dos novos veículos elétricos do mundo circulam nas estradas da China. Ele elencou que a taxa de propriedade de veículos de nova energia atingiu 20 milhões no final do ano passado, e o país contribui com um quarto do aumento da área de florestação no mundo.
Ele também reafirmou o compromisso da China em abrir ainda mais a sua economia, partilhando estas oportunidades de mercado com o mundo e garantindo um ambiente favorável aos negócios para a cooperação internacional.
“Aceitamos de braços abertos os investimentos de empresas de todos os países e continuaremos a trabalhar incansavelmente para promover um ambiente de negócios de classe mundial, orientado para o mercado e baseado na lei, que expandiremos de forma constante”, afirmou Li.
A Reunião Anual de 2024 do Fórum Econômico Mundial, teve início nesta segunda-feira (15) e prossegue até o dia 19 de janeiro e reúne líderes mundiais sob o tema "Reconstruindo a Confiança".