O Exército de Libertação do Povo Chinês (PLA, na sigla em inglês) tomará todas as medidas necessárias em resposta à recente aprovação pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos de um pacote de ajuda militar de US$ 80 milhões para a região de Taiwan.
A declaração foi feita pelo porta-voz do Ministério da Defesa Nacional da China, Wu Qian, em uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (31) e em responsa a relatos de que o governo dos EUA aprovou a transferência militar para Taiwan.
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Wu afirmou que, quer os EUA forneçam armas a Taiwan por meio de ajuda militar ou vendas de armas, o complexo militar-industrial dos EUA lucrará muito, e alertou que a segurança e o bem-estar dos compatriotas em Taiwan serão prejudicados.
O porta-voz reiterou que a segurança da região de Taiwan depende dos esforços conjuntos dos compatriotas de ambos os lados do Estreito de Taiwan sob o princípio de Uma Só China, e não da ajuda militar dos EUA e das vendas de armas para a região.
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Entenda o caso
Na última quarta-feira (30), a administração de Joe Biden anunciou que fornecerá pela primeira vez ajuda militar à região de Taiwan por meio do chamado "Programa de Financiamento Militar Estrangeiro", no valor total de cerca de US$ 80 milhões.
Ao reportar a notícia, muitos veículos de imprensa dos EUA mencionaram que a medida "provavelmente enfurecerá a China" em suas reportagens. Isso demonstra que Washington provocou intencionalmente a China na questão de Taiwan.
- O governo Biden está ciente de que essas ações violam flagrantemente o princípio de Uma Só China e os três Comunicados Conjuntos China-EUA, e não pode ser ignorante das graves consequências causadas à situação através do Estreito de Taiwan.
- Os EUA estão meticulosamente armando uma armadilha cheia de lâminas afiadas para Taiwan, enquanto a cobrem com flores e guloseimas doces para atrair as autoridades do Partido Progressista Democrático (DPP, na sigla em inglês) que têm motivações ocultas.
- Seja pela utilização da "autoridade presidencial" de Biden para fornecer ajuda militar a Taiwan no final de julho, ou por esta primeira ajuda militar através do chamado "Programa de Financiamento Militar Estrangeiro", Washington está aplicando impacientemente o modelo de assistência militar à região de Taiwan.
Ajuda típica a nações soberanas, o que não é o caso de Taiwan
- Um aspecto flagrante desta ação sem precedentes é que o "Programa de Financiamento Militar Estrangeiro" dos EUA é tipicamente destinado a nações soberanas independentes.
- O montante da assistência de subvenção militar para Taiwan aprovado pelo Congresso dos EUA anteriormente é de até US$ 2 bilhões por ano nos próximos cinco anos. Embora o valor desta vez não seja substancial, a natureza de suas ações é maliciosa e grave.
- Os EUA, mais uma vez, cruzaram um limite e ultrapassaram uma linha vermelha na interferência na questão de Taiwan e estão gradualmente minando o princípio de Uma Só China através de suas táticas de fatiamento de salame. Com o aumento do número e da intensidade de seus métodos de intervenção, a tempestade iminente de consequências letais para Taiwan não pode ser ignorada.
Escalada da compra de armas em Taiwan
Todas as vezes que os EUA vendem ou doam armas desatualizadas para Taiwan, as autoridades do DPP ficam empolgadas, como se tivessem ganhado na loteria, e expressam extrema gratidão aos EUA.
A ambição das autoridades do DPP de buscar independência confiando nos EUA e sua coragem de resistir à reunificação são inerentemente insuficientes e eles constantemente precisam que os EUA os apoiem. Caso contrário, eles entrarão rapidamente em declínio, mesmo que o custo de cada apoio seja extremamente caro.
No entanto, o incentivo proporcionado por essas armas é na verdade uma ilusão perigosa. Elas não são mais apenas batatas quentes, mas bombas que podem ser detonadas a qualquer momento.
Essas armas não podem alterar o equilíbrio militar entre os dois lados do Estreito de Taiwan nem reverter a tendência em direção à reunificação. As autoridades do DPP estão indo em direção a um beco sem saída; de maneira alguma as mais de 23 milhões de pessoas em Taiwan e a ilha devem ser amarradas ao carro do DPP e de Washington.
Dados indicam que a região de Taiwan tem sido o maior comprador de armas dos EUA desde 2020, e as vendas de armas dos EUA para Taiwan têm aumentado continuamente.
Agora, eles inventaram um truque novo. Fornecer assistência militar incondicional a Taiwan é semelhante a uma "oferta especial" projetada por um vendedor astuto e sagaz - o alvo deste vendedor não é apenas o dinheiro no bolso de Taiwan, mas também o valor geopolítico de "usar Taiwan para conter a China".
Através da venda de armas para Taiwan, os EUA estão conscientemente implementando a estratégia do "ouriço" na região de Taiwan. O que eles querem é transformar Taiwan em um navio de guerra com a bandeira estadunidense, com seus canhões apontados para o continente. Essa estratégia não só visa contra o processo de reunificação entre os dois lados do Estreito de Taiwan, mas também permite que o complexo militar-industrial dos EUA obtenha benefícios de forma sustentável.
Vale a pena observar que, seja nas vendas de armas para Taiwan ou na chamada "assistência", os EUA têm a palavra final sobre quais armas são vendidas, a que preço, quando e quanto. As autoridades do DPP não apenas não têm poder de barganha, mas também não têm o direito de serem informadas e só podem aguardar o anúncio oficial de Washington.
Houve incidentes absurdos no passado, como a Força Aérea dos EUA encomendando diretamente drones para Taiwan. Disseram que o lado de Taiwan só soube da compra dos quatro drones depois de ver as notícias. Alguns jornalistas da ilha zombaram, "os EUA simplesmente os enviam e Taiwan tem que pagar por eles." Há algo mais absurdo do que este "contrato" no mundo?
Resposta de Pequim
Há forte insatisfação da China e firme oposição a esse movimento dos EUA em Taiwan são óbvias, mas a resposta da China às contínuas provocações dos EUA na questão de Taiwan não se limitará a meras declarações. Uma das principais razões pelas quais a China não promete abandonar o uso da força é para contrariar a interferência estrangeira.
O envolvimento dos EUA na região da Ásia-Pacífico é cuidadosamente calculado e considerado o "investimento" mais eficaz em termos de custo, mas a forte determinação e a vontade firme da China em defender a soberania nacional e a integridade territorial não podem ser "calculadas" e não podem ser intimidadas por qualquer pressão.
Com informações da CGTN e Global Times