CHINA EM FOCO

China nega rumores de violações de direitos humanos em Xinjiang

Grupo da OIT visita a região e sinaliza que pode realizar um estudo de campo para esclarecer as alegações de trabalho forçado da minoria étnica muçulmana, fato que Pequim nega com veemência

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  • Líder do Partido Comunista da China (PCCh)  em Xinjiang se reúne com grupo de trabalho da ONU sobre trabalho, enquanto a China busca enfrentar alegações de trabalho forçado
     
  • Ma Xingrui diz a uma delegação da OIT que as acusações de abusos dos direitos humanos são o resultado de rumores
     
  • Analistas disseram que Pequim pode estar tentando ser mais ativa em sua resposta às críticas ao tratamento de minorias, principalmente muçulmanas, na região.

As acusações de trabalho forçado na Região Autônoma Uigur de Xinjiang são resultado de rumores "irresponsáveis" e ignoram os esforços das autoridades locais para proteger os direitos das pessoas. A afirmação foi feita pelo chefe do Partido Comunista da China (PCCh) em Xinjiang, Ma Xingrui, a Corinne Vargha, chefe do departamento de normas internacionais de trabalho da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Consideramos o emprego como o aspecto mais crucial da subsistência das pessoas e implementamos vigorosamente estratégias que priorizam o emprego, expandimos continuamente as oportunidades de emprego, ajudamos ativamente pessoas de todos os grupos étnicos a conseguir emprego e aumentar a renda.

Ma disse ainda que esperava que os membros da delegação da OIT pudessem "manter uma atitude justa e objetiva" em relação às políticas da região.

A OIT, sediada em Genebra, está entre uma ampla gama de organizações internacionais e governos, em sua maioria ocidentais, que expressaram preocupações com os direitos humanos na região do extremo oeste da China.

Os Estados Unidos e seus aliados impuseram sanções a autoridades acusadas de cometer abusos, enquanto a Lei de Prevenção ao Trabalho Forçado Uigur estabelece que as importações de Xinjiang para os EUA devem certificar que não foram feitas com trabalho forçado.

Em fevereiro do ano passado, a OIT expressou "profunda preocupação" com as práticas de trabalho "discriminatórias" em Xinjiang, incluindo "reeducação política" por meio de treinamento profissional voltado para os uigures e outras minorias principalmente muçulmanas, e instou a China a aprimorar suas práticas de trabalho de acordo com padrões internacionais.

A China negou veementemente estar cometendo abusos aos direitos humanos na região e afirma que suas políticas são projetadas para combater o extremismo e o terrorismo.

O professor da Escola de Política e Relações Internacionais da Universidade de Lanzhou, Zhu Yongbiao, avaliou que a reunião sinaliza a crescente confiança da China em rebater críticas às suas políticas em Xinjiang.

Em vez de responder passivamente às alegações, agora ela quer se envolver ativamente em comunicação e diálogo".

A última visita da ONU a Xinjiang foi feita por Michelle Bachelet, ex-comissária de direitos humanos. Na ocasião, ela concluiu que as ações de Pequim "podem constituir crimes internacionais, em particular crimes contra a humanidade" - uma acusação rejeitada por Pequim.

O professor emérito da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong, Barry Sautman, disse que a reunião foi "provavelmente uma resposta direta" às acusações de trabalho forçado.

Com informações do SCMP