O Ministério da Educação da China anunciou que vai reprimir a prática de algumas universidades do país de "adocicar" ou falsificar os números de emprego de recém-graduados e que equipes iniciaram uma investigação das estatísticas produzidas por instituições de ensino superior.
O órgão estipulou que as universidades não devem forçar os graduados a assinar contratos de emprego de qualquer forma, incluindo ameaçando reter seus diplomas. Além disso, disse que as universidades não devem estabelecer metas irrealistas para os orientadores de carreira e professores supervisores dos estudantes, nem reduzir seus salários baseados em desempenho ou chances de promoção simplesmente com base em números de emprego.
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Em um comunicado divulgado na última sexta-feira (6), o ministério afirmou que as equipes estão avaliando os materiais fornecidos pelas universidades sobre o emprego dos graduados, entrando em contato com empresas para verificar status de emprego e analisando pistas e indícios de violações suspeitas, como assinatura de acordos de emprego falsos ou fornecimento de certificados de emprego a graduados desempregados.
Dados maquiados
Com o rápido aumento no número de graduados, a concorrência que os recém-formados enfrentam para conseguir empregos satisfatórios se tornou mais acirrada nos últimos anos. A taxa de desemprego pesquisada para pessoas com idades entre 16 e 24 anos ficou em 21,3% em junho, de acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas, ultrapassando recordes anteriores por três meses consecutivos.
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De acordo com um matéria do Beijing Youth Daily, os orientadores estudantis pressionaram graduados que ainda estavam pensando sobre o futuro a assinar um acordo de emprego, frequentemente referido como "acordo tripartite", um formulário assinado pelo graduado, escola e empregador mostrando que o graduado conseguiu um emprego formal.
Os acordos assinados estão vinculados à taxa de emprego que as universidades publicam anualmente e, até mesmo, à viabilidade dos cursos da faculdade, conforme a exigência do Ministério da Educação, cursos com taxa de emprego inferior a 60% por dois anos consecutivos têm menos vagas de matrícula e podem até ser cancelados.
A matéria do Beijing Youth Daily reportou que os professores supervisores estão fazendo de tudo, às vezes maquiando os números, para melhorar o desempenho de instituições de ensino.
Por exemplo, um professor supervisor em uma faculdade na região autônoma de Xinjiang Uygur disse aos graduados desempregados para "puxar os fios" e assinar um acordo com qualquer empresa, independentemente de realmente trabalharem lá.
Para lidar com a autenticação que às vezes segue a assinatura de um acordo de trabalho, os supervisores alertariam os graduados para "lembrarem-se" das empresas para as quais assinaram.
Além disso, algumas empresas estão oferecendo a inclusão de graduados em sua lista de funcionários mediante pagamento. O relatório informa que um vendedor online no mercado Taobao - plataforma de e-commerce chinesa -, por exemplo, forneceu vários nomes de empresas que os graduados poderiam escolher para assinar acordos e disse que poderia lidar com chamadas de pesquisa de acompanhamento. Isso normalmente custaria de 46 reais e 66 reais.
O repórter do veículo pagou pelo serviço e registrou um estudante inventado em uma empresa, depois ligou para a empresa para verificar o status de emprego. A empresa respondeu sem hesitar que o estudante "trabalhava como assistente" lá.
O Ministério da Educação informou que tem "tolerância zero" para tais violações e divulgou números de telefone e endereços de e-mail que receberão dicas e reclamações. Todas as denúncias serão investigadas e no caso de constatação de irregularidades os responsáveis serão punidos.
O órgão confiará no Escritório Nacional de Estatísticas e em agências de terceiros para conduzir pesquisas nacionais sobre a autenticidade do paradeiro relatado dos 11,6 milhões de graduados deste ano, ao mesmo tempo em que cooperará com agências de recursos humanos para ajudar os graduados desempregados, disse o ministério.
Com informações do China Daily