CHINA EM FOCO

Mídias de países do Brics discutem como forjar um futuro compartilhado

Sexto Fórum de Mídia do Brics reúne em Johanesburgo representantes de veículos de comunicação do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e países convidados

Créditos: Agência Brasil - Representante de veículos de imprensa dos países que integram o Brics reunidos na África do Sul
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Representantes de agências e emissoras públicas do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, países que formam o Brics, se reuniram em Joanesburgo, na África do Sul, para o Sexto Fórum de Mídia do Brics. O evento tem o objetivo de fortalecer as vozes dos países em desenvolvimento.

Cerca de 200 representantes de 100 veículos de comunicação, grupos de reflexão e organizações internacionais de 30 países participaram de discussões sob o tema "Brics e África: Fortalecendo o Diálogo Midiático para um Futuro Compartilhado e Imparcial".

Também participam veículos de outros países que não pertencem ao bloco, como Espanha, Angola, Zimbábue e Egito. A abertura do fórum ocorreu no último sábado (19). 

O presidente da Agência de Notícias Xinhua, Fu Hua, discursou durante a cerimônia de abertura do evento.

Os veículos de comunicação dos países do Brics têm responsabilidades significativas nesta era e desfrutam de amplo espaço para cooperação.

Para promover o desenvolvimento de alta qualidade da cooperação entre os meios de comunicação do Brics, Fu, também presidente executivo do Fórum de Mídia do Brics, propôs promover os valores compartilhados da humanidade, avançar conjuntamente na construção de uma ordem internacional mais justa e equitativa, narrar melhor as histórias do Brics na nova era e promover conjuntamente intercâmbios culturais e aprendizado mútuo entre civilizações.

Participação brasileira

O diretor-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Hélio Doyle, esteve na cerimônia de abertura do fórum. Ele destacou que o evento fez contribuições significativas na ampliação da voz internacional dos estados membros e na promoção da globalização, com paz e cooperação como metas principais.

Em seu discurso, Doyle destacou a importância da mídia, em especial das emissoras públicas, para fortalecer o papel dos países do bloco no cenário internacional.

Acreditamos que este evento é importante para ampliar a voz dos países do Brics, contribuindo para a construção de uma sociedade global, plural, justa e verdadeiramente democrática, em que a paz e a cooperação permaneçam sempre como seu principal objetivo. Um amplo diálogo sobre o papel da mídia é condição necessária para construir esse futuro.

Doyle explicou aos participantes qual é o papel da EBC e seus veículos no campo público e na comunicação governamental brasileira e ressaltou o interesse em estabelecer novas parcerias e intercâmbio de conteúdos. O objetivo, segundo ele, é diversificar a programação e as fontes de notícia dos veículos da EBC.  

A troca de conteúdos, produções e notícias entre a EBC e as emissoras públicas de todo o mundo resultará no aprofundamento do conhecimento mútuo de nossas histórias, realidades, culturas, manifestações artísticas e nossos povos. A volta do Brasil ao cenário internacional significa que queremos cooperar com outras nações em diversas áreas e também na comunicação. 

Outro brasileiro presente ao evento foi o presidente do Grupo CMA, Jose Juan Sanchez, do qual faz parte a Agência CMA, especializada em informações sobre o mercado financeiro e agrícola.

A comunicação entre a mídia do Brics é crucial, e os países membros devem buscar desenvolvimento sustentável nas áreas econômica, ambiental e social.

Amplificar vozes do Brics

O integrante do Comitê Executivo Nacional do Congresso Nacional Africano, Dakota Legoete, falou na abertura do fórum.

Desde a sua criação em 2015, o Fórum de Mídia do Brics tornou-se uma plataforma importante para aumentar a voz dos países do Brics. Enquanto alguns países tentam monopolizar o discurso internacional e usar a mídia como arma para atacar outros estados soberanos, a mídia do Brics demonstrou que a mídia deve se comprometer a promover o desenvolvimento mundial, em vez de se tornar uma ferramenta para provocar guerras.

O diretor-geral da agência de notícias TASS da Rússia, Andrey Kondrashov, disse que ao longo da última década, o fórum se tornou uma plataforma distintiva e icônica para discutir a cooperação midiática entre os estados membros. Ele pediu para que a mídia do Brics colabore na contraposição à desinformação e na salvaguarda dos interesses dos países em desenvolvimento.

A primeira vice-editora-chefe da Russia Today, Elizaveta Brodskaya, comentou que as histórias divulgadas por veículos de comunicação que não se alinham com a narrativa ocidental são rotuladas como "desinformação".

A mídia ocidental retrata a África como algo horrível, onde a guerra, a fome e a doença são desenfreadas.

O presidente executivo da Independent Media da África do Sul, Iqbal Surve, destacou a diversidade cultural do Brics.

As diversas culturas das nações do Brics enriquecem as conversas globais, e a mídia do Brics defende uma ordem mundial nova inclusiva, cooperativa e justa, O fórum lança luz sobre os desafios enfrentados pelas nações em desenvolvimento, proporcionando a elas uma plataforma para expressar suas perspectivas e aspirações.

Fórum de Mídia do Brics

O Fórum de Mídia do Brics foi proposto pela Agência de Notícias Xinhua em 2015 e iniciado em conjunto com veículos de comunicação de destaque do Brasil, Rússia, Índia e África do Sul.

O sexto fórum, co-organizado pela Agência de Notícias Xinhua e a Corporação de Investimento em Energia da China (China Energy), bem como organizações da África do Sul, tem como objetivo promover a cooperação prática entre os veículos de comunicação do Brics.

Com informações da Agência Brasil e da Xinhua