- Estatísticas oficiais mostram que o comércio entre a China e a União Europeia alcançou 847,3 bilhões de dólares em 2022, um aumento de 2,4% em relação ao ano anterior.
- Comércio entre China e União Europeia registra crescimento rápido nos setores de baterias de lítio, veículos elétricos, módulos fotovoltaicos e outros produtos verdes.
O comércio entre a União Europeia (UE) e a China cresceu nos últimos anos, apesar das conversas sobre "desacoplamento" ou "desalavancagem" das ligações econômicas com a China sob a liderança dos Estados Unidos. Trata-se de um sinal de que o mercado chinês ainda mantém atração para as empresas europeias devido ao seu vasto potencial e tamanho.
Dados do Eurostat mostram que o valor das importações europeias da China quase dobrou entre 2018 e 2022. Durante o primeiro semestre de 2023, a China permaneceu o principal fornecedor de mercadorias para a UE, conforme uma análise da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Ao longo desse período, as importações de produtos como telefones, computadores e maquinário tiveram aumentos significativos.
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Com a Europa e a China compartilhando consenso sobre a luta contra as mudanças climáticas, os veículos elétricos chineses expandiram rapidamente sua presença no mercado europeu. Três dos modelos de carros elétricos mais vendidos na Europa em 2022 eram de origem chinesa.
Estatísticas oficiais mostram que o comércio entre China e UE alcançou 847,3 bilhões de dólares em 2022, um aumento de 2,4% em relação ao ano anterior. China e UE são os principais parceiros comerciais um do outro, com crescimento rápido no comércio de baterias de lítio, veículos elétricos, módulos fotovoltaicos e outros produtos verdes.
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Todos esses números provam que uma lista crescente de empresas europeias considera a China como um parceiro sólido.
Ola Kaellenius, presidente do Conselho de Administração da Mercedes-Benz, afirmou em uma entrevista de julho à revista alemã Automobilwoche que a China, o maior mercado automobilístico do mundo, estaria no cerne das atividades de marketing da empresa a partir de 2025.
O presidente da L'Oreal França, Jean-Paul Agon, em uma entrevista à Xinhua, enfatizou que, com um mercado aberto, um ambiente de negócios em melhoria e iniciativas promissoras para estimular a demanda doméstica, a China apresenta novas oportunidades para o mundo e vice-versa.
Investir na China é investir no futuro.
Agon também observou que a China é um impulsionador estratégico de crescimento para a L'Oreal, pois "a China é mais do que apenas um grande mercado. É o laboratório dos conceitos mais inovadores e o campo de testes das mais recentes práticas de marketing, onde o futuro da beleza nasce."
Vários líderes empresariais europeus alertaram para a narrativa de "desalavancagem".
Belen Garijo, CEO do principal grupo de ciência e tecnologia da Alemanha, a Merck, disse que romper os laços comerciais com a China teria um custo econômico substancial. Ela esperava que as tensões entre a China e alguns países ocidentais pudessem ser amenizadas por meio do diálogo.
A globalização trouxe bem-estar ao mundo, com mais inovação e cooperação, mas corremos o risco de perdê-la.
Stefan Hartung, presidente do conselho de administração da Robert Bosch GmbH, também disse em uma entrevista de julho ao The Financial Times que a Europa não pode reduzir o risco se isolando.
Os países europeus não devem especular sobre os riscos de fazer negócios na China; em vez disso, devem investir mais na melhoria da competitividade.
Pesquisadores europeus esclareceram a lógica subjacente à parceria entre a Europa e a China.
Maria João Rodrigues, presidente da Fundação para os Estudos Progressistas Europeus, afirmou que a China e a Europa são mais parceiras estratégicas do que "rivais sistêmicos".
Eles devem colaborar na reafirmação das regras globais, especialmente em áreas como combate às mudanças climáticas, transformação digital e inteligência artificial. Nos últimos anos, a China avançou em iniciativas de segurança e desenvolvimento global, onde a Europa e a China podem fortalecer a cooperação.
Da mesma forma, o The Financial Times alertou no início de agosto que seria desafiador para a Europa romper ou reduzir os laços com um parceiro comercial tão importante quanto a China, que representa 14% das exportações globais.
Já a revista semanal alemã Focus observou que a economia ocidental adere às suas próprias regras quando o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, continua a anunciar restrição após restrição contra a China. Agora, a Europa entende o significado de "desacoplamento", e a economia europeia está "desacoplada" das diretrizes políticas americanas em vez de estar "desacoplada" da China, como os Estados Unidos desejam, concluiu o artigo.
Com informações da Xinhua