CHINA EM FOCO

China convoca comunidade internacional para financiar países em desenvolvimento

Primeiro-ministro chinês, Li Qiang, convoca esforços internacionais para resolver problemas enfrentados pelos países em desenvolvimento e apresenta proposta de três pontos

Créditos: Xinhua - Primeiro-ministro da China, Li Qiang, participa de cúpula em Paris
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Diante da lacuna global no financiamento para o desenvolvimento, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, convoca a comunidade internacional a cooperar sinceramente e trabalhar juntos para resolver os problemas dos países em desenvolvimento, especialmente os países vulneráveis.

A declaração do premier chinês foi feita durante participação na Cúpula para um Novo Pacto Global de Financiamento, em Paris, capital da França, nesta sexta-feira (23). Li apresentou uma proposta em três pontos a esse respeito. Confira.

Primeiro: reforma da governança global

Primeiro, avançar firmemente com a reforma da governança financeira global e criar um ambiente financeiro estável para os países em desenvolvimento.

"A China está pronta para trabalhar com todas as partes interessadas na construção de uma estrutura de governança financeira global justa e eficiente e fortalecer a coordenação da política macroeconômica internacional", afirmou.

O Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e outras instituições financeiras internacionais devem implementar o consenso alcançado pelos líderes do G20, concluir uma nova rodada de reforma de cotas e direitos de voto e aumentar a voz dos mercados emergentes e dos países em desenvolvimento.

Segundo: parceria global para o desenvolvimento

Segundo, construir uma parceria global para o desenvolvimento e fornecer mais recursos de desenvolvimento aos países em desenvolvimento. Os países desenvolvidos devem cumprir sinceramente seus compromissos de fornecer assistência e fundos aos países em desenvolvimento.

"Os países em desenvolvimento devem aumentar sua capacidade de desenvolvimento independente. A China continuará a fornecer diversos tipos de apoio a outros países em desenvolvimento com medidas práticas, na medida de suas possibilidades", destacou Li.

Terceiro: avanço da globalização econômica e do livre comércio

Terceiro, avançar firmemente com a globalização econômica e o livre comércio para injetar novo ímpeto de crescimento nos países em desenvolvimento. A China está pronta para trabalhar com a comunidade internacional para promover a liberalização e a facilitação do comércio e do investimento, e se opor inequivocamente ao protecionismo comercial e à desconexão e rompimento de cadeias de suprimentos e industriais em qualquer forma.

"Em um mundo repleto de disputas e incertezas, a China e a Europa devem buscar pontos em comum enquanto preservam as diferenças, ampliar a convergência enquanto reduzem as divergências, promover uma cooperação mais criativa, enfrentar a incerteza da situação internacional com a estabilidade das relações entre China e Europa, e promover em conjunto o desenvolvimento sustentável da humanidade", enfatizou o primeiro-ministro chinês.

Cúpula para um Novo Pacto Global de Financiamento

Xinhua - Primeiro-ministro chinês discursa em evento em Paris

A Cúpula para o Novo Pacto Financeiro Global, evento organizado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, teve início nesta quinta-feira (22), em Paris. O encontro conta com a participação de mais de 300 entidades públicas, privadas ou não governamentais, incluindo mais de 100 chefes de Estado, entre eles, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

Entre as propostas em debate durante o encontro, estão a suspensão de dívidas para os países mais pobres, a expansão dos empréstimos do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI) em US$ 1 trilhão para países em desenvolvimento investirem em “resiliência climática”, além da criação de um fundo global de até US$ 5 trilhões para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Nesse último caso, os recursos não passariam pelas atuais instituições multilaterais como Banco Mundial e FMI, tornando, em tese, mais democrático o acesso aos recursos.

Com informações da Xinhua