O presidente chinês, Xi Jinping, recebeu o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, no Grande Salão do Povo, em Pequim, na segunda-feira (19). O encontro ocorreu em um momento crítico para as relações entre a China e os Estados Unidos e foi amplamente acompanhado pelo mundo.
Quais mensagens-chave o encontro transmitiu? Confira uma análise das declarações de Xi durante a reunião que pode oferecer algumas pistas.
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Senso de responsabilidade
Xi disse a Blinken que os dois países devem agir com um senso de responsabilidade pela história, pelas pessoas e pelo mundo, e lidar adequadamente com as relações China-EUA.
As relações China-EUA enfrentam obstáculos no momento da visita de Blinken. Durante a conversa com o representante de Washington, Xi demonstrou que a parte chinesa adota abertura de espírito, visão ampla e grande senso de responsabilidade.
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"Ser responsável pela história significa entender que "se os dois países conseguem encontrar a maneira correta de conviver, isso afeta o futuro e o destino da humanidade", destacou Xi a Blinken.
O evento mais importante nas relações internacionais nos últimos 50 anos foi a retomada e o desenvolvimento das relações China-EUA, que beneficiaram os dois países e o mundo inteiro, relembrou Xi. Ele acrescentou que o evento mais importante nas relações internacionais nos próximos 50 anos será a China e os Estados Unidos encontrarem a maneira correta de conviver.
"Ser responsável pelas pessoas significa entender que os chineses, assim como os estadunidenses, são pessoas dignas, confiantes e autossuficientes, e ambos têm o direito de buscar uma vida melhor", declarou Xi.
O crescimento sólido e estável das relações bilaterais serve aos interesses fundamentais dos dois povos.
A comunidade internacional está geralmente preocupada com o estado atual das relações China-EUA. Ela não deseja ver conflito ou confronto entre a China e os Estados Unidos, nem escolher lados entre os dois países. Ela espera que os dois países coexistam em paz e tenham relações amigáveis e de cooperação. É imperativo entender isso para ser responsável pelo mundo.
O lado dos EUA deve entender que traçar limites ideológicos, dividir campos e se envolver em confrontos de blocos só trará desastres para o mundo.
Concorrência contra tendência dos tempos
Xi enfatizou que a competição entre grandes países não representa a tendência dos tempos e, menos ainda, pode resolver os próprios problemas dos Estados Unidos ou os desafios enfrentados pelo mundo.
A tendência do mundo, como Xi já apontou, é inequívoca. É a tendência da paz, desenvolvimento e cooperação vantajosa para todos.
Por algum tempo, as relações entre China e Estados Unidos têm mergulhado em um ponto baixo. A causa-raiz é que o lado dos EUA não tem uma compreensão clara da tendência da história, mas se apega a um equívoco sobre a China, o que levou a políticas equivocadas em relação à China.
O antigo sistema de colonialismo e hegemonismo não funcionará no mundo de hoje. Isso só levará a um beco sem saída. A única alternativa é o desenvolvimento pacífico, um caminho ao qual a China tem sido firmemente comprometida.
Como Xi disse a Blinken, o planeta Terra é grande o suficiente para acomodar o desenvolvimento respectivo e a prosperidade comum das duas maiores economias do mundo.
"A China respeita os interesses dos EUA e não busca desafiá-los ou substituí-los. Da mesma forma, os Estados Unidos precisam respeitar a China e não prejudicar seus direitos e interesses legítimos", disse Xi.
"A China sempre espera ver uma relação sólida e estável entre China e Estados Unidos e acredita que os dois principais países podem superar diversas dificuldades e encontrar a maneira correta de conviver com base no respeito mútuo, convivência pacífica e cooperação vantajosa para todos", acrescentou Xi.
Converter declarações positivas em ações
A ação fala mais alto que as palavras. A China aguarda ações dos Estados Unidos.
No encontro com Blinken, Xi pediu ao lado dos EUA que adote uma atitude racional e pragmática e trabalhe com a China na mesma direção.
Ele observou que os dois lados precisam permanecer comprometidos com os entendimentos comuns que ele e o presidente Joe Biden alcançaram em Bali, Indonésia, no ano passado, e converter as declarações positivas em ações para estabilizar e melhorar as relações entre China e Estados Unidos.
Em resposta, Blinken afirmou que os Estados Unidos estão comprometidos em retornar à agenda estabelecida pelos dois presidentes em Bali.
Os Estados Unidos mantêm os compromissos feitos pelo presidente Biden, ou seja, os Estados Unidos não buscam uma nova Guerra Fria, não buscam mudar o sistema da China, suas alianças não são direcionadas à China, não apoiam a "independência de Taiwan" e não buscam conflito com a China", afirmou Blinken.
Enquanto a China tem uma resposta clara para a pergunta "se a China e os Estados Unidos podem lidar adequadamente com suas relações", agora a bola está no campo dos EUA. O mundo aguardará e verá.
Com informações da Xinhua