CHINA EM FOCO

Chineses não esquecem o Massacre de Nanjing, um dos mais trágicos da II Guerra

Desde 2014 a potência asiática dedica o dia 13 de dezembro para relembrar as atrocidades cometidas pelo exército do imperador japonês contra o povo chinês

Créditos: Xinhua (Ji Chunpeng) - China realiza 10ª cerimônia em memória nacional das vítimas do Massacre de Nanjing no Salão Memorial das Vítimas do Massacre de Nanjing pelos Invasores Japoneses em Nanjing, capital da província de Jiangsu, leste da China, em 13 de dezembro de 2023.
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O Massacre de Nanjing foi um dos mais trágicos eventos da Segunda Guerra Mundial. O Japão, sob a liderança de seu imperador Hirohito, ocupou a então capital da República da China, em 13 de dezembro de 1937. Atualmente, a cidade é capital da província de Jiangsu, leste do país.

Durante seis semanas, soldados japoneses cometeram atrocidades em grande escala contra civis e prisioneiros de guerra, incluindo assassinato, estupro e saque. Estima-se que 300 mil civis chineses e desarmado foram mortos ao longo da ofensiva.

Wikimedia Commons - Exército japonês invade Nanjin em 13/12/37

Este massacre é lembrado como um dos mais brutais episódios de violência da guerra mundial na qual o Japão imperialista lutou ao lado do Eixo, com a Alemanha nazista de Adolph Hitler e a Itália facista de Benito Mussolini.

O exército japonês já ocupava a região chinesa da Manchúria desde setembro 1931, evento que marcou o início do domínio japonês na região. Este ato de agressão foi um prelúdio significativo para a Segunda Guerra Mundial na Ásia.

Para nunca esquecer

Wikimedia Commons - 300 mil civis chineses morreram no massacre
Museu de Nanjing - Registros do massacre

Em 1985 foi inaugurado o Salão Memorial das Vítimas do Massacre de Nanjing, que reúne um acervo de cerca de 193 mil itens, incluindo fotografias, artefatos e vídeos da tragédia.

Museu de Nanjing - fachada do prédio em memória das vítimas dos japoneses

Materiais históricos foram progressivamente recolhidos como novas provas de crimes de guerra relacionados com o massacre. Mais de 1.100 itens, incluindo 125 jornais dos EUA, como o The New York Times, que relataram a atrocidade, foram doados ao memorial este ano.

O governo chinês preservou os testemunhos dos sobreviventes, que este ano diminuiu para apenas 38 pessoas, registrados em documentos escritos e vídeos. Esses registros do massacre foram listados pela Unesco no Registro da Memória do Mundo em 2015.

Museu de Nanjing - Muro em memória das vítimas do massacre

Em 2014, o legislativo nacional da China designou o dia 13 de dezembro como o dia em memória nacional das vítimas do Massacre de Nanjing.

Silêncio e reverência

Nesta quarta-feira (13), foi realizada a 10ª cerimônia em memória nacional das vítimas do Massacre de Nanjing. O evento ocorreu no Salão Memorial das Vítimas. A população da cidade observou um momento de silêncio e sirenes foram ouvidas por toda a cidade.

Apesar do frio do inverno, milhares de pessoas, vestidas com trajes escuros, participaram da cerimônia com flores brancas presas ao peito.

Às 10h01 (horário de Pequim), as sirenes começaram a tocar. Os motoristas do centro da cidade pararam os carros e buzinaram, enquanto os pedestres pararam para um momento de silêncio em memória das vítimas.

Mais de 80 jovens leram em voz alta uma declaração de paz e os representantes dos cidadãos tocaram o Sino da Paz. Pombas brancas, simbolizando a esperança de paz, foram soltas para sobrevoar a praça do Salão Memorial das Vítimas do Massacre de Nanjing pelos Invasores Japoneses.

Com informações da Xinhua