Os fabricantes chineses de automóveis viram um crescimento exponencial nas exportações nos últimos três anos e conquistaram uma fatia de mercado de 16% em 2022. De acordo com dados mensais do Financial Times, a potência asiática se consolidou como o maior exportador global de carros em 2023. Isso representa uma mudança significativa em um cenário dominado historicamente por montadoras japonesas e alemãs.
Durante décadas, a competição na indústria automobilística frequentemente era resumida como "Toyota versus Volkswagen", com os carros japoneses valorizados por sua confiabilidade e relação custo-benefício, e os carros alemães, como BMW, Mercedes-Benz e Porsche, conhecidos por sua velocidade e desempenho. No entanto, a ascensão meteórica da China como líder em exportações de automóveis trouxe uma nova dinâmica.
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Políticas para exportação
O impressionante aumento nas exportações chinesas de veículos para o exterior é atribuído a empréstimos quase sem juros, subsídios governamentais e concessões de terras a preços acessíveis. Isso possibilitou que as montadoras chinesas quadruplicassem suas remessas nos últimos três anos. Curiosamente, essa transformação é vista como uma resposta a um erro de cálculo, uma tentativa de solucionar o excesso de capacidade na indústria automobilística chinesa.
As fábricas chinesas não conseguiram antecipar a rápida ascensão dos veículos elétricos em detrimento dos motores de combustão interna e a diminuição na demanda por carros particulares, devido à crescente urbanização e preferência pelo transporte compartilhado. Como resultado, o mercado interno ficou inundado com carros que já não encontravam compradores na China.
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Em 2017, as vendas internas atingiram seu pico, mas desde então diminuíram devido à desaceleração no crescimento da classe média e a fragilidades estruturais no mercado imobiliário chinês. Como solução, os carros chineses começaram a inundar mercados emergentes na Europa e na Ásia, especialmente na Rússia, que se tornou o principal destino dessas exportações.
Até 74% dessas exportações consistem em carros a diesel e gasolina, apesar de serem menos populares no mercado chinês.
Nos próximos anos, à medida que a indústria automobilística chinesa se solidifica e se adapta aos novos padrões de consumo, espera-se que os veículos elétricos impulsionem ainda mais as vendas no país.
As montadoras chinesas têm uma vantagem competitiva significativa nesse setor devido a investimentos substanciais em tecnologia elétrica e preços mais acessíveis em comparação com seus concorrentes japoneses e alemães.
A Europa, devido às tensões geopolíticas e à dependência da mineração e processamento de terras raras chinesas, surge como o principal mercado a ser conquistado por fabricantes chineses, como SGMW, BYD, GAC, Chery e NIO.
Com informações do El Ordem Mundial