A ligação entre humanos e seus animais de estimação é muito forte. No Brasil, estima-se que existam cerca de 150 milhões de pets, mostrando o quanto esses bichos fazem parte do dia a dia das pessoas.
Mas será que esse tipo de relação é exclusividade dos humanos? Será que outros animais também têm “pets” ou cuidam de outros bichos como companhia?
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Existem vários relatos curiosos de animais que adotam outros de espécies diferentes. A gorila Koko, por exemplo, ficou famosa por ter um gato como “companheiro”. Há também histórias de um elefante que fez amizade com um cachorro, um corvo que acolheu um gato e até um ganso que vive com uma tartaruga. No entanto, segundo o professor emérito Harold Herzog, da Universidade da Carolina do Norte, quase todos esses casos aconteceram com a intervenção humana — seja em zoológicos, casas ou ambientes de pesquisa.
Na natureza, essas relações são bem raras. Herzog cita apenas cinco ou menos exemplos comprovados, como golfinhos que adotaram filhotes de outras espécies, leões que acolheram filhotes de leopardos e macacos-prego que criaram saguis. Em alguns casos, como baleias assassinas que cuidaram de baleias-piloto, não está claro se é uma adoção parental ou algo mais parecido com ter um animal de estimação. O fato é que essas situações são exceções e não algo comum entre os animais selvagens.
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Por isso, Herzog acredita que apenas os humanos realmente têm animais de estimação, e as poucas exceções só reforçam essa ideia.
Para entender por que cuidamos de pets, a professora Beth Daly, da Universidade de Windsor, apresenta quatro possíveis explicações. Uma delas é que ter um animal mostra para os outros que você é capaz de cuidar de alguém. Outra é que os pets ajudam as pessoas a aprenderem a cuidar de bebês humanos. A solidão e o adiamento da paternidade ou maternidade também podem fazer com que os animais preencham esse espaço.
Pesquisas mostram que, depois de descontar fatores socioeconômicos, não há grandes diferenças na saúde mental entre quem tem e quem não tem pets. Uma análise informal feita por Herzog encontrou que a maioria dos estudos não detectou impacto significativo dos animais na depressão.
O que realmente diferencia os humanos, diz Herzog, é nossa capacidade de nos apaixonar pelos animais e entender que eles têm mente própria. Além disso, a cultura humana ajuda a popularizar os pets, algo que não acontece no reino animal.
Assim, a relação entre pessoas e seus animais de estimação reafirma uma característica única dos seres humanos no mundo natural.
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*Com informações de Lives Science.