A trilha íngreme do Monte Rinjani, um dos vulcões mais desafiadores da Indonésia, voltou ao noticiário internacional nos últimos dias com a trágica morte da brasileira Juliana Marins, de 26 anos. A turista caiu de uma altura estimada de 500 metros e teve o corpo encontrado apenas quatro dias depois, nesta terça-feira (24), já sem vida, numa zona de difícil acesso e terreno altamente instável.
O caso inevitavelmente remete a outro episódio recente ocorrido na mesma região, mas com desfecho oposto. Em 2024, o irlandês Paul Farrel, de 31 anos, também caiu no Monte Rinjani após escorregar durante uma trilha solitária. Ele despencou aproximadamente 200 metros por uma encosta arenosa, mas sobreviveu. Foi encontrado com ferimentos leves no ombro, além de cortes no rosto e nas pernas. Imagens divulgadas à época mostram Farrel sentado numa pedra, fumando um cigarro enquanto aguardava resgate, um contraste marcante com as circunstâncias mais severas enfrentadas por Juliana.
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Segundo as equipes de resgate que atuaram no primeiro caso, o irlandês conseguiu se abrigar em um pequeno afloramento rochoso que oferecia relativa estabilidade. Apesar de o sinal de celular ser precário, ele conseguiu fazer contato com um resort da região, que acionou a polícia. Já Juliana caiu em uma área mais profunda da encosta e, conforme relataram os socorristas, o terreno era mais solto e instável, dificultando tanto a localização quanto sua retirada. Além disso, as condições climáticas estavam significativamente melhores no momento do salvamento de Farrel, o que facilitou a operação com polias para içá-lo em segurança.
A diferença entre os dois casos evidencia o quão imprevisível e perigoso pode ser o ambiente no famoso e temido Monte Rinjani. A altitude, as condições do solo e as mudanças abruptas de clima tornam qualquer erro potencialmente fatal. Enquanto Paul pôde agradecer com um abraço aos socorristas, Juliana não teve a mesma sorte. A montanha, que já é conhecida por sua beleza natural e desafios físicos, agora também carrega o peso de tragédias constantes (essa foi a nona morte registrada) e contrastes que expõem os riscos extremos enfrentados por aventureiros.
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Veja o vídeo com o resgate do turista irlandês: