A morte de Juliana Marins, brasileira de 26 anos que se acidentou ao cair durante uma trilha rumo ao topo do vulcão Rinjani, na Indonésia, tem gerado comoção e revolta nas redes sociais.
Juliana caiu em uma área de difícil acesso no último sábado (21) e, desde então, permaneceu no local, aguardando resgate, sem água, comida ou roupas adequadas para enfrentar o frio da região. Pessoas em várias partes do mundo acompanharam com apreensão as tentativas de resgatá-la, dificultadas pelas condições climáticas e geológicas adversas.
A indignação diante da tragédia aumentou com as denúncias de uma possível omissão por parte das autoridades indonésias. Apenas 48 horas após o acidente, e após intensa pressão diplomática do governo brasileiro e mobilização da comunidade internacional, o governo local deu início às operações para retirar a jovem da encosta íngreme onde havia caído.
Nos últimos dias, alpinistas voluntários passaram a apoiar as equipes de resgate, e imagens captadas por drones mostravam Juliana caída e imóvel na encosta da montanha. Nesta terça-feira (24), uma equipe finalmente conseguiu alcançá-la, mas confirmou a pior notícia: Juliana já estava sem vida.
“Hoje, a equipe de resgate conseguiu chegar até o local onde Juliana Marins estava. Com imensa tristeza informamos que ela não resistiu. Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido”, diz o comunicado divulgado por Mariana Marins, irmã de Juliana, em um perfil no Instagram criado para centralizar as informações sobre o caso.
Nas redes sociais, internautas têm cobrado explicações do governo indonésio. O perfil "Africanize", na plataforma X (antigo Twitter), publicou:
"A sensação de impotência que essa tragédia com a brasileira Juliana Marins nos trouxe é indescritível. A falta de mobilização imediata do governo da Indonésia para iniciar o resgate foi um dos principais agravantes. Juliana estava viva. Estava a menos de 400 metros de distância. Bastava tratá-la como prioridade. O que foi relatado por alpinistas voluntários escancara um cenário de descaso e indiferença com a vida humana. Diversos vídeos mostravam que, enquanto deveriam estar empenhados no resgate, alguns simplesmente estavam sentados, fumando e divulgando informações confusas. Enquanto Juliana não recebia ao menos ÁGUA. Juliana foi vista a olho nu no momento em que caiu. Estava se movimentando ainda no terceiro dia. No quinto dia, seu corpo já estava a cerca de 900 metros de profundidade, quase três vezes a altura da Torre Eiffel. Juliana pode ter tropeçado, mas o responsável pela morte dela foi o abandono e a negligência".
"Impossível não se REVOLTAR com o que o governo da Indonésia fez com a Juliana Marins. Quase TRÊS dias sem ÁGUA, ALIMENTO e trataram a vida da brasileira com um descaso que jamais ocorreria no Brasil", diz outra publicação, em meio a inúmeras outras postagens do tipo.
Veja abaixo parte da repercussão nas redes