Principal representante do lobby sionista no país, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) voltou a atacar o presidente Lula, que vem denunciando reiteradamente o genocídio cometido pelas forças militares israelense contra o povo palestino em Gaza.
“O que nós estamos vendo não é uma guerra entre dois exércitos preparados, em campo de batalha com as mesmas armas. É um exército altamente profissionalizado matando mulheres e crianças indefesas na Faixa de Gaza. Isso não é uma guerra. É um genocídio contra e em desrespeito a todas as decisões da ONU, que já pediu o fim essa guerra”, afirmou Lula neste domingo (1º).
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Nas redes, Lula ainda compartilhou nota do Itamaraty condenando, "mais fortes termos, o anúncio pelo governo israelense, realizado no dia 29 de maio, da aprovação de 22 novos assentamentos na Cisjordânia, território que é parte integrante do Estado da Palestina".
Em nota, a entidade sionista presidida pelo médico Claudio Lottenberg voltou a as falas de Lula como "antissemitas e irresponsáveis", em uma distorção do termo para incitar ataques ao presidente da República.
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"O presidente Lula mais uma vez se dedica a deturpar a realidade para atacar e vilificar o Estado judeu, vítima de um terrível e desumano ataque genocida do Hamas em 7 de outubro de 2023", diz o texto sobre o início do massacre recentemente, que se deu após ação das brigadas Al-Qassam em área de ocupação sionista no território palestino.
"Israel não pratica genocídio em Gaza, e quem promove este libelo antissemita o faz buscando ganhos oportunistas ou ignorando os fatos. O que Israel efetivamente faz é se defender de uma organização terrorista que se esconde atrás de civis palestinos, o que fica comprovado diariamente", segue a Conib na nota ecoando a máquina de propaganda de Israel.
"O Brasil é um país onde a comunidade judaica vive em paz e segurança, mas o presidente da República, com suas falas antissemitas e irresponsáveis, parece querer criar problemas para a nossa comunidade ao promover o antissemitismo entre seus apoiadores, numa atitude irresponsável e destrutiva", conclui o texto.
Nas redes, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, rebateu os ataques do lobby sionista.
"Mais uma vez a Confederacâo Israelita do Brasil distorce e manipula declarações do presidente Lula sobre o massacre da população Palestina em Gaza. Lula sempre distinguiu a comunidade judaica do governo de extrema-direita de Israel, que conduz a política de extermínio em Gaza. Dizer a verdade é essencial quando se quer promover a paz", escreveu.
Lobby sionista
Desde o início do levante genocida de Israel na Faixa de Gaza, região que Benjamin Netanyahu e Donald Trump querem transformar em um resort após dizimar o povo palestino, a Conib tem atacado Lula por denunciar o massacre e patrocinado propagandas e viagens a autoridades brasileiras para cooptar "porta-vozes" do enredo de Israel - além de apedrejar e tentar censurar qualquer pessoa que desnude as ações do lobby sionista internacional no país.
Em março de 2024, após ataques de Netanyahu a Lula, Israel provocou o presidente brasileiro bancando viagens para os governadores de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), e Goiás, Ronaldo Caiado (União) ao país.
O governo sionista ainda convidou Cláudio Castro (Republicanos), que também deve integrar a comitiva. O mineiro Romeu Zema (Novo), que sinaliza aproximação ao governo federal, recusou a oferta.
Netanyahu fez o convite aos governadores e a Jair Bolsonaro (PL) para visitar a colônia atacada pelo Hamas em 7 de outubro, que gerou a reação desproporcional, de genocídio palestino na Faixa de Gaza. O ex-presidente, no entanto, está com o passaporte cassado.
A viagem aconteceu após Israel declarar Lula "persona non grata" no país. A crise diplomática foi gerada por causa da declaração do presidente brasileiro, que comparou o genocídio do povo palestino pelos sionistas à matança de judeus por Adolph Hitler na Alemanha nazista.
A declaração de Lula levou o massacre sionista para o centro da pauta das relações internacionais, com a maioria das lideranças globais apoiado o cessar-fogo defendido pelo presidente brasileiro.
Nas redes sociais, o chanceler Israel Katz usou a diplomacia da lacração para pressionar Lula a pedir desculpas pela declaração. O presidente, no entanto, afirmou que não fará isso e em novas declarações denunciou o massacre israelense em Gaza.
Bolsonaro, por sua vez, tem usado a declaração para angariar apoio principalmente entre evangélicos, que fazem a defesa de uma Israel bíblica, que nada tem a ver com o governo sionista de Netanyahu.
André Mendonça
No fim de janeiro, o cientista político André Lajst, um dos mais notórios e vocativos sionistas do debate público brasileiro, liderou uma comitiva junto da Confederação Israelita Brasileira (Conib) para visitar o Knesset, o parlamento israelense, atualmente comandado pela coalizão de extrema direita de Benjamin Netanyahu.
Estiveram presentes diversos membros da comunidade jurídica, incluindo o ministro do Supremo Tribunal Federal, André Mendonça.
Além de Mendonça, Conib e Lajst, participaram da comitiva Antonio Saldanha Palheiro e Ricardo Villas Bôas Cueva, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o desembargador federal Marcus Abraham, o desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) e Fabio Uchôa Pinto Miranda Montenegro, além de José Coelho Ferreira, atual ministro e vice-presidente do Superior Tribunal Militar (STM).
Ao voltar da viagem, Mendonça trocou a capa de sua rede social por uma imagem que mostra diversos reféns israelenses do Hamas com um texto em hebraico na parte de baixo.
“Homens, mulheres, bebês e pessoas idosas ainda sequestrados pelo Hamas”, diz o texto, inserido entre fotos de diversos reféns.
Ele também trocou sua foto de perfil por uma em preto e branco, em um tom mais soturno.