PREOCUPAÇÃO

VÍDEO: Lula chega ao Canadá e quebra o silêncio sobre conflito entre Israel e Irã

Presidente brasileiro anunciou que falará sobre o assunto na reunião ampliada do G7

Lula ao desembarcar no Canadá para participar da Cúpula do G7.Créditos: DAVE CHIDLEY / AFP
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Calgary, no Canadá, na noite desta segunda-feira (16), e logo ao desembarcar rompeu o silêncio sobre o conflito entre Israel e Irã, que já deixou, desde o fim da última semana, centenas de mortos em ambos os países. 

Lula foi ao Canadá para participar da cúpula do G7, grupo que reúne líderes da sete maiores potências econômicas do mundo. O presidente brasileiro foi um dos poucos líderes de países que não compõem oficialmente o grupo convidado pelo governo canadense para participar do encontro. 

Perguntado por jornalistas sobre a escalada do conflito entre Israel e Irã, Lula disse que a situação causa preocupação. O presidente ainda criticou o fato do mundo gastar com guerras em vez de financiar a transição energética e o combate à fome, anunciando que falará sobre o assunto na reunião ampliada do G7 nesta terça-feira (17). 

"Qualquer conflito me preocupa. Sou um homem que nasceu para a paz. Então, em um momento em que o mundo está precisando de muito recurso para a transição energética, para combater a miséria no mundo, você ver dinheiro sendo gasto com conflito, obviamente me incomoda profundamente. E é isso que quero falar um pouco amanhã". 

Veja vídeo: 

Trump deixa o G7 em meio à escalada da guerra no Oriente Médio 

Após ameaçar o Irã por meio das redes sociais, o presidente dos EUA, Donald Trump, decidiu deixar o G7, que ocorre no Canadá, e retornar para o seu país. Além disso, o mandatário solicitou que a Sala de Crise da Casa Branca estivesse pronta para sua chegada.

A porta-voz da Casa Branca, Karolina Leavitt, não forneceu detalhes sobre o motivo que levou o presidente dos EUA a deixar o G7 e se limitou a afirmar que "Trump voltará aos EUA para resolver assuntos muito importantes."

De acordo com informações da Al Jazeera, o presidente Trump deixou o G7 devido a assunto relativo "à diplomacia ativa envolvendo os EUA em direção a um possível cessar-fogo entre Irã e Israel".

Lula se reunirá com Zelensky 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aceitou um pedido feito por Volodymyr Zelensky e terá uma reunião com o presidente da Ucrânia durante sua passagem pelo Canadá, onde participará da cúpula do G7.

Convidado pelo governo canadense para o evento que reúne líderes das sete maiores economias do mundo, além de outras autoridades, Lula embarca para o país da América do Norte nesta segunda-feira (16). A reunião com Zelensky está prevista para terça-feira (17), ainda sem horário definido.

No encontro, Lula e Zelensky discutirão possíveis caminhos para o fim da guerra na Ucrânia. Embora já tenha rejeitado, anteriormente, uma proposta de paz elaborada por Brasil e China, o presidente ucraniano considera Lula uma voz importante para contribuir com a resolução do conflito, especialmente porque o mandatário brasileiro, além de ter projeção internacional, mantém diálogo e proximidade com o presidente da Rússia, Vladimir Putin – com quem Lula se reuniu recentemente em Moscou.

Em 2023, durante a Cúpula do G7 em Hiroshima, no Japão, Zelensky chegou a procurar Lula para uma reunião, mas o encontro não foi realizado por incompatibilidade de agendas. Ainda naquele ano, em setembro, os dois presidentes se reuniram durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York (EUA).

Lula no G7

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou nesta segunda-feira (16) para o Canadá, onde participará, na terça (17), da Cúpula do G7, que ocorre na região de Kananaskis, na província de Alberta. É a nona vez que Lula participa da reunião das sete maiores potências econômicas do planeta, desta vez como convidado para o segmento de engajamento externo do evento.

O convite partiu do governo canadense, anfitrião da cúpula. Além do Brasil, também foram convidados África do Sul, Austrália, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Índia e México, além de dirigentes de organismos internacionais como ONU, Banco Mundial, Comissão Europeia e Conselho da União Europeia.Apesar de o tema principal com Lula ser segurança energética e cadeias de minerais críticos, a participação brasileira ocorre em um cenário geopolítico tenso. A guerra entre Rússia e Ucrânia segue sem perspectiva de paz. Já o massacre de palestinos que Israel promove em Gaza é descrito frequentemente por Lula não como uma guerra, mas como um genocídio contra civis, especialmente mulheres e crianças.

Além disso, os recentes ataques de Israel contra o Irã e a resposta iraniana alimentam o risco de um conflito armado de grandes proporções, com possíveis desdobramentos no envolvimento militar ocidental. O mundo acompanha com preocupação a escalada, e a reunião do G7 ocorre sob essa crescente tensão internacional.

A agenda oficial de Lula começa já na segunda-feira (16), com uma recepção às 17h30 (horário local) oferecida pela premiê de Alberta, Danielle Smith, e, em seguida, um jantar oficial promovido pela governadora-geral do Canadá, Mary Simon, em Calgary.

Na terça-feira (17), Lula participa da recepção oficial, da foto dos líderes do G7 com os países convidados e, depois, de reuniões bilaterais – incluindo um encontro confirmado com o primeiro-ministro canadense Mark Carney.

Em seguida, o presidente brasileiro participa da sessão de engajamento externo, um almoço de trabalho com 17 países. O tema será: “O futuro da segurança energética: diversificação, tecnologia e investimentos para assegurar acesso e sustentabilidade em um mundo dinâmico”. O encerramento está previsto para as 15h30 (horário local).

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