O Conselho de Segurança da ONU realizou uma reunião emergencial nesta sexta-feira (13) para discutir os recentes ataques de Israel ao Irã, que incluíram bombardeios a instalações nucleares estratégicas e provocaram forte tensão internacional.
Durante o encontro, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, confirmou que a planta-piloto de enriquecimento de urânio de Natanz foi destruída.
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Grossi relatou ainda que outras duas instalações – Fordow e Isfahan – também podem ter sido atingidas, embora ainda não haja confirmação conclusiva.
“Estamos sendo informados pelas autoridades iranianas sobre ataques a Fordow e Isfahan. Neste momento, sabemos apenas que há atividades militares nas imediações dessas instalações”, afirmou Grossi.
Ele destacou que a infraestrutura elétrica de Natanz foi destruída, o que pode ter danificado centrífugas, mas os níveis de radiação ao redor da usina permanecem normais. O Irã enriquece urânio a até 60% de pureza em Natanz, nível próximo ao necessário para armamento nuclear.
O ataque ocorreu durante a madrugada e resultou em dezenas de vítimas civis, segundo relatos da imprensa internacional. Entre os mortos, estariam o comandante da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, e cientistas nucleares iranianos.
O espaço aéreo da região foi fechado, e tanto Irã quanto Israel permanecem em estado de alerta máximo. Novos bombardeios e trocas de mísseis foram registrados ao longo desta sexta-feira, incluindo projéteis que atingiram Tel Aviv e Jerusalém.
O chanceler iraniano, Abbas Araghchi, classificou os ataques como “atos de agressão e crimes de guerra” e apelou ao Conselho para que os crimes não fiquem impunes. Em carta, reafirmou o direito do Irã à autodefesa, com base no Artigo 51 da Carta da ONU, e prometeu resposta “decisiva e proporcional”. Em retaliação, o Irã lançou ataques contra alvos israelenses ainda na sexta-feira.
O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, afirmou que a operação visa impedir que o Irã desenvolva armas nucleares e mísseis balísticos. “Continuaremos agindo até termos certeza de que eliminamos as ameaças”, disse.
Durante a reunião, a secretária-geral adjunta da ONU para Assuntos Políticos, Rosemary DiCarlo, alertou para o risco de uma guerra em larga escala. Ela pediu máxima contenção de ambos os lados e lamentou que os ataques tenham ocorrido justamente quando estavam previstos avanços diplomáticos, como a retomada de negociações entre EUA e Irã em Omã — agora canceladas por Teerã.
DiCarlo e Grossi defenderam que a única saída sustentável para o impasse é o diálogo diplomático. O chefe da AIEA ofereceu a agência como plataforma neutra para mediar o conflito e reiterou que instalações nucleares jamais devem ser alvo militar, por representar risco à segurança regional e global.
Acompanhe a reunião
Com informações da ONU