O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez críticas à prática de conquista de territórios por parte dos Estados Unidos (EUA), em entrevista à revista The New Yorker. “Por que a Rússia e os EUA querem aumentar seus territórios se não conseguem nem administrar o que já têm?”, questionou ao jornalista Jon Lee Anderson.
Lula transitou por diversos assuntos, do tarifaço do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, até o bullying internacional vivido pelos chineses em detrimento de seu comércio e tecnologia extremamente competitivos, bem como a guerra na Ucrânia.
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Em resumo, Lula assume um perfil de mediador de conflitos no que diz respeito à guerra na Ucrânia e chega até mesmo a solicitar que o presidente russo, Vladimir Putin, retorne à política para acrescentar no debate multipolar, e chega até mesmo a defender a China.
Na próxima sexta-feira (9), Lula participará da cerimônia de celebração dos 80 anos do Dia da Vitória, na Praça Vermelha da Rússia, por volta das 10 horas no horário local. Depois, às 11h15, irá à cerimônia de oferenda floral no Túmulo do Soldado Desconhecido, localizado no Jardim de Alexander, na muralha do Kremlin. Ele ainda participará de um almoço no palácio com o presidente russo, Vladimir Putin, e depois seguirá para uma reunião com ele. Em seguida, por volta das 17h30, participará de um encontro com o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, e, por último, terá um jantar com o embaixador do Brasil na Rússia, Rodrigo de Lima Baena Soares.
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Tarifaço
Lula ainda destacou que haverá reciprocidade nas tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, ao Brasil, que taxou principalmente o aço brasileiro em 20%. Contudo, destacou que será uma negociação diplomática: “Se não houver possibilidade, tomaremos medidas”, destacou.
Rússia e Ucrânia
O presidente Lula solicitou ao líder russo, Vladimir Putin, que encerrasse a guerra na Ucrânia e retornasse ao campo político. “O mundo precisa de política, não de guerra. Você faz falta. Faltam pessoas dispostas a sentar à mesa e discutir o destino do planeta”, afirmou.
China
Lula ainda revelou que vê a China como uma grande alternativa no debate geopolítico, principalmente por conta da tecnologia de ponta do país. Ele destacou a competitividade chinesa após anos de xenofobia vivida pelo país em relação ao comércio (o famoso “made in China”), e como isso se tornou um grande alvo daquela nação: “Eles copiaram tudo com muita habilidade e aprenderam a produzir tão bem quanto, ou até melhor. Agora que os chineses se tornaram competitivos, tornaram-se inimigos do mundo”, afirmou.
O presidente brasileiro ainda defendeu o país: “E não aceitamos isso. Não aceitamos a ideia de uma segunda Guerra Fria. Aceitamos a ideia de que, quanto mais semelhantes os países forem — tecnológica e militarmente avançados — mais eles precisarão dialogar entre si, porque não tenho certeza se o planeta aguentará uma Terceira Guerra Mundial”, completa.