O Banco do Brasil (BB) e o China Development Bank (CDB) oficializaram, na última terça-feira (13), em Pequim, um Termo de Compromisso no valor de US$ 1 bilhão, com o objetivo de expandir a cooperação financeira entre as instituições e estreitar os laços econômicos entre Brasil e China. O acordo foi celebrado durante missão institucional do Banco do Brasil na China, reforçando a parceria estratégica entre as duas maiores economias emergentes.
O acordo entre o BB e o CDB favorece empresas brasileiras de diversas formas, especialmente nos setores de infraestrutura, agronegócio, comércio exterior e projetos que demandam investimentos de grande porte.
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- Financiamento para Projetos de Infraestrutura: empresas brasileiras que atuam na construção de rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e energia poderão acessar recursos mais competitivos para financiar suas obras. Por exemplo, uma construtora que esteja ampliando um porto para aumentar a capacidade de exportação poderá obter crédito para investir em maquinário, tecnologia e mão de obra.
- Expansão do Agronegócio: o agronegócio é um dos pilares da economia brasileira e exporta grande volume para a China. Empresas agrícolas, cooperativas e indústrias de alimentos podem utilizar a linha de crédito para modernizar equipamentos, ampliar áreas produtivas e melhorar a logística, aumentando a competitividade no mercado chinês. Por exemplo, uma exportadora de soja pode financiar silos e armazéns para aprimorar a armazenagem e distribuição dos grãos.
- Facilitação do Comércio Exterior: com o aporte financeiro, exportadoras e importadoras brasileiras terão maior capacidade para financiar operações de comércio exterior, reduzindo custos de capital e ampliando prazos. Isso pode estimular pequenas e médias empresas a entrarem no mercado chinês, exportando produtos manufaturados, tecnologia ou commodities.
- Inovação e Tecnologia: empresas brasileiras ligadas à inovação tecnológica poderão usar esses recursos para investir em pesquisa, desenvolvimento e parcerias com empresas chinesas, ampliando sua competitividade internacional. Por exemplo, startups brasileiras do setor de tecnologia agrícola (agtechs) podem financiar projetos conjuntos com empresas chinesas para criar soluções inovadoras.
- Projetos Bilaterais e Parcerias Estratégicas: empresas brasileiras poderão participar de joint ventures e projetos conjuntos com empresas chinesas, utilizando o financiamento para viabilizar investimentos compartilhados. Isso fortalece as relações comerciais e abre novas oportunidades de mercado.
Cerimônia em Pequim
O documento foi assinado pelo vice-presidente de Negócios de Atacado do Banco do Brasil, Francisco Lassalvia, e pelo vice-presidente do CDB, Wang Peng. A linha de crédito, com prazo de até cinco anos, permitirá ao BB ampliar operações de financiamento nas áreas de infraestrutura, agronegócio, exportação e importação, beneficiando empresas brasileiras e chinesas que atuam no Brasil e contribuindo para o desenvolvimento econômico bilateral.
“Este novo compromisso reforça o papel do Banco do Brasil como agente de conexão entre as economias brasileira e chinesa. Estamos ampliando nossa capacidade de apoiar empresas que geram emprego, renda e inovação, além de aprofundar a parceria com uma das instituições financeiras mais relevantes da China”, destacou Lassalvia.
A iniciativa representa a terceira fase da parceria entre o BB e o CDB, iniciada em 2022 com o primeiro contrato firmado entre as instituições. O relacionamento vem sendo construído desde 2013, quando o CDB inaugurou escritório de representação no Rio de Janeiro, e intensificado a partir de 2016, com a atuação da agência do BB em Xangai. Em reunião prévia à assinatura, executivos das duas instituições ressaltaram a solidez da cooperação e manifestaram interesse mútuo em ampliar a parceria nos próximos anos.
Potencial de negócios para investidores chineses
A presidenta do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, participou do Seminário Empresarial Brasil-China, realizado em Pequim na segunda-feira (12). O evento teve como objetivo destacar o protagonismo do BB na promoção das relações comerciais bilaterais, apresentando a instituição como parceiro financeiro estratégico para iniciativas de negócios entre os países.
Durante sua fala, Tarciana ressaltou que o Banco do Brasil é o parceiro ideal para intermediar financeiramente os investimentos chineses no Brasil.
“Somos o único banco brasileiro e latino-americano com operação em solo chinês. Construímos uma relação de 21 anos que demonstra o conhecimento das necessidades dos investidores chineses e das potencialidades de negócios em todo o Brasil”, afirmou.
O Banco do Brasil é atualmente o único banco latino-americano com operação na China, desempenhando papel estratégico como elo entre os mercados brasileiro e chinês, oferecendo soluções financeiras para promover comércio e investimento. Desde 2004, mantém presença institucional na China, inicialmente com escritório de representação, e desde 2014 opera com agência própria em Xangai, um dos principais centros financeiros da Ásia.
Além da China, o BB está presente nos Estados Unidos, Paraguai, Argentina, Ilhas Cayman, Reino Unido, Portugal, Alemanha e Japão.
Sobre o China Development Bank
Fundado em 1994, o China Development Bank é uma instituição financeira estatal de fomento, supervisionada diretamente pelo Conselho de Estado da China. Atua apoiando o desenvolvimento econômico nacional em setores estratégicos e regiões subdesenvolvidas.
O CDB mantém 41 filiais na China continental, uma filial em Hong Kong e 11 escritórios de representação no exterior, incluindo o Rio de Janeiro. Ao final de 2024, os ativos totais do Grupo CDB (banco e suas principais subsidiárias) somavam RMB 18,62 trilhões (aproximadamente US$ 2,6 trilhões).