VATICANO

Conclave: colégio que vai escolher novo Papa tem maioria de cardeais progressistas

Colégio Cardinalício mudou nas mãos do Papa Francisco e vida dos conservadores é difícil

Papa Francisco na sacada da Basílica de São Pedro após sua eleição em 13 de março de 2013
Papa Francisco na sacada da Basílica de São Pedro após sua eleição em 13 de março de 2013Créditos: Wikimedia Commons
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O futuro da Igreja Católica será decidido majoritariamente por cardeais escolhidos pelo próprio papa Francisco. Dos 135 religiosos com direito a voto na escolha do próximo pontífice, 108 — cerca de 80% — foram nomeados por ele ao longo de seus 12 anos de pontificado.

A configuração atual do Colégio Cardinalício reflete o esforço de Francisco em descentralizar a liderança católica, reduzindo o peso histórico da Europa. Embora o continente ainda concentre a maior parte dos eleitores (39,2%), sua hegemonia caiu desde 2013, quando representava 56% do total.

Hoje, a América tem 37 cardeais com direito a voto, a Ásia conta com 23, a África com 18 e a Oceania com 4. No total, 71 países estarão representados na votação.

Durante seu papado, Francisco nomeou 150 cardeais, mas apenas os menores de 80 anos participam do conclave. O argentino também ampliou o número de eleitores, elevando o limite de 120 para 135, o que exigirá pelo menos 90 votos para definir o novo líder da Igreja.

Um levantamento do periódico Sunday Times feito por Dominic Hauschild afirma que 17 cardeais são progressistas, 45 possuem inclinação ao progressismo, enquanto 25 são "moderados ou ambíguos". 47 são relativamente conservadores enquanto 4 são totalmente conservadores. O levantamento foi feito no início do mês passado e indica relativa tendência pró-reformas da Igreja.

Entre os eleitores, 27 cardeais foram indicados por papas anteriores: 22 por Bento XVI e 5 por João Paulo II. No Brasil, sete arcebispos participarão da escolha. Cinco deles foram escolhidos por Francisco, entre eles João Braz de Aviz e Odilo Pedro Scherer.

O próximo conclave será decisivo para indicar se a Igreja manterá o rumo reformista ou buscará uma guinada conservadora.

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