DESTRUIÇÃO

Gaza virou uma 'vala comum' para os palestinos, denuncia MSF

A ONG Médicos Sem Fronteiras pede que as autoridades israelenses "acabem imediatamente com o cerco desumano e mortal imposto" aos palestinos

Palestinos veem os danos causados ??pelos ataques israelenses durante a noite em um bairro residencial no distrito de Nazla, no sudoeste de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, em 16 de abril de 2025.
Destruição em Gaza.Palestinos veem os danos causados ??pelos ataques israelenses durante a noite em um bairro residencial no distrito de Nazla, no sudoeste de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, em 16 de abril de 2025.Créditos: BASHAR TALEB/AFP
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"Gaza virou uma vala comum para os palestinos e aqueles que comparecem em seu auxílio", denunciou nesta quarta-feira (16) a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), devido às operações militares e ao bloqueio imposto por Israel sobre a ajuda humanitária.

"Assistimos em tempo real à destruição e ao deslocamento forçado de toda a população de Gaza", declarou Amande Bazerolle, coordenadora de emergências da MSF em Gaza, para quem a resposta humanitária está "gravemente obstruída pela insegurança constante e pela escassez crítica".

Os ataques israelenses mais recentes demonstram "um flagrante desprezo pela segurança dos trabalhadores humanitários e médicos em Gaza", acrescentou a organização, que perdeu 11 colaboradores desde o início da guerra no território palestino.

"Pedimos às autoridades israelenses que acabem imediatamente com o cerco desumano e mortal imposto a Gaza, que protejam as vidas dos palestinos, assim como as dos trabalhadores humanitários e médicos, e que trabalhem em conjunto com todas as partes para restabelecer e manter um cessar-fogo", prosseguiu a ONG. Israel retomou os bombardeios e a ofensiva terrestre em 18 de março, após dois meses de trégua com o movimento islamista palestino Hamas, que governa o território desde 2007.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, defende que a pressão militar crescente é a única maneira de forçar o Hamas a libertar os reféns que permanecem sequestrados em Gaza. Os reféns foram capturados durante o violento ataque do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro, que desencadeou a guerra no território.

Israel também impede a entrada de qualquer ajuda humanitária no território e, segundo a MSF, os estoques de alimentos, combustíveis e medicamentos estão esgotados.  "Não se trata de um fracasso humanitário, e sim de uma escolha política e de um ataque deliberado contra um povo, efetuado com total impunidade", insistiu Bazerolle.

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