O Presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, e seu homólogo egípcio, Abdel Fattah El-Sisi, firmaram uma declaração conjunta elevando os laços bilaterais ao nível de parceria estratégica durante visita oficial ao Cairo no sábado (12).
O anúncio foi divulgado pela Secretaria do Gabinete indonésia, que destacou o compromisso de ambos os países em ampliar a cooperação em áreas como política, economia, segurança, defesa, cultura e relações educacionais.
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Ambos os países são novos membros dos BRICS: o Egito ingressou em 2024 e a Indonésia em 2025. Além disso, a Indonésia é considerada o maior exército e força militar do Sudeste Asiático. O mesmo vale para o Egito, que é de longe a maior força bélica do continente africano e uma das maiores do Oriente Médio.
"A assinatura da declaração conjunta é um marco importante nos laços diplomáticos entre os dois países, simbolizando o forte compromisso da Indonésia e do Egito em elevar as relações bilaterais a um nível estratégico", afirmou a Secretaria em comunicado. O Egito foi um dos primeiros países a reconhecer a independência da Indonésia, estabelecendo relações diplomáticas em 1947.
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"Por meio desta parceria estratégica, a Indonésia e o Egito estão comprometidos em (fortalecer) a cooperação em diversas áreas prioritárias, desde política, economia, segurança, defesa, cultura e educação, até relações interpessoais", afirma o documento.
O Egito foi um dos primeiros países a reconhecer a independência da Indonésia, estabelecendo relações diplomáticas em 1947 e formando a Conferência de Bandung, em 1955, quando Gamal Abdel Nasser (Egito) e Suharto (Indonésia) firmaram a primeira união de países de terceiro mundo, junto de outros históricos líderes de Ásia e África.
Novas relações
A visita de Prabowo ao Cairo integra uma turnê pelo Oriente Médio, que incluiu Emirados Árabes Unidos e Turquia. Com um volume comercial bilateral de US$ 1,7 bilhão em 2024, o Egito é o principal parceiro da Indonésia no Norte da África, destacando-se como destino de exportações de óleo de palma, café e coco.
Especialistas apontam que a cooperação em defesa deve ganhar protagonismo. "O Egito tem experiência em lidar com desafios em fronteiras complexas, como Líbia, Sudão e Gaza. A Indonésia pode aprender com isso", disse o professor Rezasyah, analista de relações internacionais da Universidade Padjadjaran, em entrevista ao site saudita Arab News. Ele ressaltou ainda que a parceria pode ampliar o papel da Indonésia em crises regionais, inclusive no conflito em Gaza:
"A experiência egípcia pode permitir que a Indonésia tenha um papel ativo em crises no Oriente Médio, com possibilidade de receber um mandato da ONU para atuar".
Além do comércio, os líderes destacaram investimentos em educação e cultura. O Egito já recebe mais de 15 mil estudantes indonésios, muitos na Universidade Al-Azhar, centro de referência em estudos islâmicos.
A iniciativa reflete uma estratégia indonésia de diversificar alianças globais, buscando maior autonomia em um cenário geopolítico em transformação. Para o Egito, a aproximação fortalece sua projeção no Sudeste Asiático, com a Indonésia como porta de entrada para a ASEAN.