CHINA EM FOCO

China avança em foguetes com propulsão de plasma que podem acelerar viagens a Marte

Novas pesquisas colocam Pequim na fronteira mais avançada de desenvolvimento aeroespacial

Projeto espacial chinês está em alto nível de desenvolvimento
Projeto espacial chinês está em alto nível de desenvolvimentoCréditos: Reprodução
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A China deu um passo significativo rumo à próxima geração de viagens espaciais ao anunciar que testou com sucesso um motor de propulsão espacial baseado em plasma com operação em potência total no mês de março.

Trata-se de um propulsor magnetoplasmadinâmico de alto empuxo com capacidade de 100 kW, desenvolvido pelo Instituto de Propulsão Aeroespacial de Xi’an. A nova tecnologia promete revolucionar o transporte interplanetário, com aplicações diretas em missões rumo a Marte, transporte de carga entre planetas e exploração do espaço profundo.

A inovação se baseia na utilização do plasma como forma de propulsão. Diferente dos motores convencionais que queimam combustível químico, esse tipo de motor funciona ionizando o propelente — geralmente um gás — para criar plasma.

Em seguida, o plasma é acelerado por campos eletromagnéticos, gerando um fluxo de partículas em alta velocidade que proporciona o impulso necessário para movimentar espaçonaves no vácuo do espaço. Isso representa um ganho de eficiência e durabilidade em relação aos métodos tradicionais, além de reduzir o tempo de viagem em longas distâncias.

O novo sistema chinês se destaca por operar com mais de 100 quilowatts de potência, um avanço expressivo considerando que os motores de plasma desenvolvidos até então trabalham, em sua maioria, com níveis de potência na casa das dezenas de quilowatts.

Para alcançar esse feito, os pesquisadores chineses utilizaram materiais impressos em 3D e incorporaram magnetos supercondutores de alta temperatura, o que permitiu um desempenho superior e mais estável.

A capacidade de gerar um empuxo confiável e potente torna esse motor especialmente adequado para as grandes e extragrandes espaçonaves que a China planeja lançar nos próximos anos.

Isso inclui, por exemplo, missões robóticas e tripuladas para Marte, além de futuras estações espaciais mais complexas e naves de transporte de carga interplanetária. Com esse avanço, a China se posiciona como um dos líderes globais na corrida pela exploração do espaço profundo, desafiando outras potências espaciais como Estados Unidos e União Europeia.

A adoção da propulsão de plasma é um marco na busca por soluções sustentáveis e eficazes para a exploração do cosmos. A expectativa é que, com mais testes e investimentos, tecnologias como essa possam acelerar o cronograma de missões humanas ao Planeta Vermelho e ampliar o alcance da presença humana no espaço.

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