A China aumentou a pressão sobre a Casa Branca ao suspender todas as entregas de aviões da Boeing encomendadas por empresas aéreas chinesas.
As ações da maior fabricante do planeta chegaram a cair cerca de 4%, antes de se recuperarem parcialmente.
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"Beijing disse às companhias aéreas para não fazerem novos pedidos à Boeing e buscarem aprovação antes de receber aeronaves já encomendadas", informou o Wall Street Journal.
A Boeing emprega mais de 170 mil pessoas em suas várias divisões. Na aviação, exporta 80% do que produz.
A empresa enfrenta uma profunda crise de credibilidade por causas de falhas catastróficas em suas aeronaves.
De acordo com o WSJ, a China já havia cortado em 84% suas compras de aviões da Boeing nos últimos cinco anos, em relação aos cinco anos anteriores.
Porém, os ganhos de longo prazo da empresa no mercado chinês estão projetados em U$ 1,2 bilhão.
Ao penalizar a China com um tarifaço, a expectativa de Donald Trump era obter um acordo comercial mais vantajoso com Xi Jinping.
Beijing de olho no longo prazo
Beijing, no entanto, tem retaliado de maneira a se preparar para os impactos de um projeto antigo da elite estadunidense, que vigora desde o governo Obama: a pretensão de "desacoplar" as duas economias.
A China controla 90% do mercado das chamadas terras raras. No planeta, as reservas estimadas são de 110 milhões de toneladas, com a China, o Vietnã e o Brasil liderando o setor.
Esta não foi a única notícia ruim para Donald Trump nas últimas horas.
Um levantamento da indústria automobilística dos EUA estima que as empresas terão de bancar mais de U$ 100 bilhões em tarifas.
É que Trump impôs 25% de taxação sobre automóveis e autopeças importadas.
Executivos do setor fazem pressão sobre o presidente para reduzir, suspender ou eliminar as tarifas.
Ele pode ser obrigado a recuar, como já o fez em relação ao Iphone e outros produtos eletrônicos. Uma disparada no preço dos automóveis pode custar caro a Trump em popularidade.