O Ministério do Comércio da China afirmou neste domingo (13) que o recuo de Donald Trump sobre taxações de iPhones e outros produtos tecnológicos produzidos em fábricas chinesas é apenas um "pequeno passo" para corrigir a guerra tarifária desencadeada pelo presidente dos EUA no mundo.
Segundo informações divulgadas pela agência estatal Xinhua, um porta-voz do ministério afirmou que os EUA devem cancelar completamente a prática equivocada de "tarifas recíprocas" e retornar ao caminho certo de resolver as diferenças por meio do respeito mútuo e do diálogo equitativo.
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"É importante destacar que este é um pequeno passo para os EUA corrigirem sua prática equivocada de 'tarifas recíprocas" unilaterais, que não resolveram os problemas dos Estados Unidos, mas minaram seriamente a ordem econômica e comercial internacional, interromperam a produção e a operação normais das empresas e afetaram o consumo diário da população", afirmou o porta-voz.
Segundo o governo Xi Jinping, Trump deve "levar a sério as vozes racionais da comunidade internacional e darem um grande passo à frente na correção de irregularidades".
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"A posição da China sobre as relações econômicas e comerciais entre China e EUA é consistente", afirmou o porta-voz, acrescentando que não há vencedor em uma guerra comercial e não há saída para o protecionismo.
Isenções
Donald Trump excluiu smartphones, computadores e outros produtos eletrônicos das tarifas recíprocas, medida que deve evitar aumentos nos preços para consumidores e favorecer grandes empresas do setor, como Apple e Samsung.
As isenções foram anunciadas na última sexta-feira (11) pelo Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA.
Entre os itens isentos estão smartphones, notebooks, discos rígidos, processadores e chips de memória — produtos que raramente são fabricados nos EUA. Criar uma cadeia de produção local demandaria anos de investimento.
Também foram excluídas máquinas utilizadas na fabricação de semicondutores, decisão relevante para empresas como a Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC), que recentemente anunciou expansão de suas operações nos EUA.
A medida, no entanto, pode ser provisória. As isenções foram concedidas com base em uma ordem executiva que evitou a sobreposição de tarifas setoriais às taxas gerais de importação. A exclusão sugere que esses produtos podem, no futuro, ser submetidos a uma nova tributação, embora em patamar mais baixo do que o inicialmente previsto.
Trump já havia sinalizado a intenção de impor tarifas específicas a semicondutores, mas ainda não o fez. As últimas isenções parecem alinhadas com essa possibilidade. Até agora, as tarifas setoriais aplicadas pelo governo Trump chegaram a 25%, mas não há definição sobre qual seria a alíquota para chips e componentes eletrônicos.