Pelo menos quatro mulheres que participaram dos atos golpistas de 8 de Janeiro e estão foragidas foram presas nos Estados Unidos um dia após a posse do presidente Donald Trump, e aguardam extradição para o Brasil. A informação foi confirmada pela Polícia de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE, em inglês) ao UOL, que publicou reportagem nesta segunda-feira (17).
De acordo com o ICE, as mulheres estão presas há mais de 50 dias e "aguardam a expulsão para seus países de origem". Três delas são condenadas por crimes cometidos no dia 8 de Janeiro, dentre eles tentativa de golpe de Estado, e uma é ré com mandados de prisão no Brasil.
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Elas faziam parte de grupos bolsonaristas que fugiram para a Argentina no primeiro semestre de 2024. Porém, no final do ano, após pedido de extradição do Supremo Tribunal Federal (STF), elas fugiram novamente para os EUA para tentar fixar residência. Uma das mulheres tentou entrar no país norte-americano no dia 12 de janeiro deste ano, enquanto as outras três no dia 21, ou seja, um dia após a posse de Trump, que assumiu a presidência com forte discurso a favor da deportação em massa de imigrantes ilegais.
Segundo a polícia de imigração dos Estados Unidos, as mulheres são alvo dos processos chamados de “expulsão acelerada”, que não necessitam de audiência com um juiz de imigração. Ao UOL, o Itamaraty afirmou que não comenta o caso por questões legais.
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Confira abaixo quem são as fugitivas:
Raquel de Souza Lopes, 51, Joinville (SC): Condenada a 17 anos de prisão por cinco crimes, dentre eles golpe de Estado, associação criminosa e dano a patrimônio público. Ela nega ter destruído bens durante os atos golpistas e sua defesa no STF abandonou o caso em dezembro.
Rosana Maciel Gomes, 51, Goiânia (GO): Também condenada por cinco crimes cometidos no dia 8 de Janeiro, Rosana deve cumprir 14 anos de prisão. Ela tem dois mandados de prisão em aberto e um pedido de extradição na Argentina. Sua defesa alega que ela não destruiu bens públicos pois "ficou em choque" com os ataques.
Michely Paiva Alves, 38, Limeira (SP): Ré por cinco crimes, Michely ainda não foi julgada pelo Supremo. Ela também é acusada de ter financiado um ônibus com 30 pessoas de Limeira para Brasília. A fugitiva chegou a ser candidata a vereadora pelo Podemos enquanto respondia ao processo criminal. Segundo sua defesa, "não há provas de que a acusada depredou o Congresso Nacional, bem como [de que] participa de movimentos criminosos".
Cristiane da Silva, 33, Balneário Camboriú (SC): Condenada a um ano de prisão por associação criminosa e incitação ao crime no 8/1, sua defesa diz ao STF que ela não participou dos atos golpistas e foi à Brasília "para passear". À PF, ela disse que pagou R$ 500 em um ônibus que transportava os golpistas.