Neste domingo (9), o governo de Israel ampliou sua ofensiva contra os palestinos na Faixa de Gaza ao cortar o fornecimento de eletricidade. A medida, informa a Al Jazeera, pode deixar mais de 500 mil palestinos sem acesso à água potavel.
Sem energia, estações de dessalinização pararam de funcionar, privando a população de necessidades básicas. Especialistas alertam para o risco iminente de epidemias e fome.
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A principal estação de dessalinização da região, em Deir el-Balah, opera com geradores e painéis solares, mas sua capacidade foi reduzida de 18 mil para 2,5 mil metros cúbicos diários, deixando mais de 500 mil palestinos sem acesso a água potável.
A relatora especial da ONU para os territórios palestinos ocupados, Francesca Albanese, classificou a decisão israelense como um passo em direção ao "genocídio".
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"Sem eletricidade, não há estações de dessalinização, portanto, não há água potável", afirmou. Ela também criticou países que continuam fornecendo armas a Israel, acusando-os de "ajudar e incentivar um dos genocídios mais evitáveis da história".
Segundo a Human Rights Watch, Israel já havia restringido severamente o acesso dos palestinos à água ao bloquear dutos e destruir painéis solares que mantinham bombas e sistemas de saneamento em funcionamento. A organização alerta que o consumo diário de água em Gaza caiu para níveis abaixo do mínimo para sobrevivência.
O Escritório de Mídia do Governo em Gaza informou que os alimentos começam a escassear nos mercados e que não há mais tendas para os deslocados.
Hospitais enfrentam falta de medicamentos e equipamentos médicos, agravando a crise sanitária. Vale lembrar que segue um bloqueio de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza desde a semana passada.
Simultaneamente, negociações para um segunda fase de cessar-fogo entre Hamas e Israel começa em Doha, no Catar.