Um integrante da equipe do Departamento de Eficiência Governamental (Doge), liderado pelo bilionário Elon Musk, renunciou nesta quinta-feira (6) após uma reportagem do Wall Street Journal ter perguntado à Casa Branca sobre sua conexão com uma conta no X com postagens que defendiam o racismo e a eugenia.
O jornal estabeleceu vínculos entre o programador Marko Elez, de 25 anos, e um perfil na rede social excluído em dezembro. “A conta @nullllptr deletada anteriormente era conhecida pelo nome de usuário @marko_elez, como mostra uma revisão de postagens arquivadas”, relatou o Journal.
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"Normalize o ódio aos indianos”, dizia uma das publicações da conta associada a Elez em setembro, sobre indianos e descendentes que trabalham no setor de tecnologia dos EUA. "Você não poderia me pagar para me casar fora da minha etnia", era a mensagem de outra postagem.
Em julho, o perfil postou: “Só para constar, eu era racista antes de ser legal”. No mês anterior, uma das mensagens dizia: “Eu não me importaria nem um pouco se Gaza e Israel fossem varridos da face da Terra”.
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Segundo o veículo estadunidense, o usuário da conta se descreveu como um funcionário da SpaceX e da Starlink, onde Elez trabalhou de fato.
Acesso criticado
Marko Elez era um dos dois funcionários do Doge que teve acesso ao sistema de pagamento confidencial do Tesouro dos EUA. Nesta quinta, um juiz federal autorizou apenas a leitura dos dados, mas não o seu compartilhamento.
O Doge não é oficialmente uma agência oficial do governo e sim uma comissão externa liderada por Elon Musk. O órgão foi pensado para produzir recomendações sobre cortes de gastos federais. E o fato de o bilionário estar à frente do sistema de pagamento de US$ 6 trilhões do Tesouro, do Office of Personnel Management (OPM) e da General Services Administration (GSA), três instituições que funcionam como o sistema nervoso central do governo dos Estados Unidos, tem sido muito criticado no meio político e por diversos especialistas.
"Elon Musk está dando um golpe. Não com tanques nas ruas ou milícias em prédios do governo, mas com planilhas, ordens executivas e uma rede de legalistas embutidos na burocracia federal", apontou o estrategista democrata Waleed Shahid.
Segundo o The New York Times, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, concedeu ao Doge o acesso total ao sistema de pagamento na sexta (31) à noite.
'Profissionais altamente treinados'
Bessent, afirmou em uma entrevista à Bloomberg que havia examinado pessoalmente os funcionários da equipe do Doge que trabalhavam em sua área.
“Esses são profissionais altamente treinados”, garantiu. “Não é uma banda itinerante correndo por aí fazendo coisas.”
