PRIVATIZAÇÃO

Argentina de Milei privatiza estatal centenária de setor estratégico

O Estado argentino detinha 63,7% de participação acionária na empresa, que foi privatizada em consórcio da Arc Energy, empresa presidida por um apoiador e doador da campanha de Donald Trump

Javier Milei.Créditos: Governo da Argentina
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O governo de Javier Milei (Partido Libertário) autorizou, neste mês de janeiro, a primeira privatização de uma estatal argentina desde o começo de seu mandato

O alvo foi a estatal de energia e metalurgia Impsa, especializada em projetos hidrelétricos, de energia eólica e nuclear e em equipamentos para a exploração de petróleo e gás natural. É uma das mais importantes companhias do país, com mais de cem anos de atuação (com o início de suas atividades em 1907) e cinco centros de produção (no Brasil, na Argentina e na Malásia).

A privatização parte de uma tendência geral adotada por Milei na condução econômica da Argentina, baseada em uma política de "déficit zero" e abertura econômica ampla aos mercados e empresas privadas, sem dispêndio governamental. 

O anúncio da privatização foi compartilhado nesta quarta-feira (8) pelo ministro da Economia argentino, Luis Caputo, que o publicou em sua conta na rede social X: "Privatizamos a Impsa", ele diz na publicação. 

De acordo com o comunicado do Ministério de Economia, as ações da empresa detidas pelo Estado nacional e provincial foram pré-adjudicadas ao consórcio IAF, da norte-americana Arc Energy, presidida por um apoiador e doador da campanha de Donald Trump, o empresário venezuelano Jason Arceneaux. O consórcio ofereceu 27 milhões de dólares como contribuição de capital à companhia. 

A dívida da Impsa com seus credores (que detêm 9,8% das ações da empresa) já soma US$ 576 milhões, e a IAF terá até 31 de janeiro para refinanciá-la.

"A decisão de alienação das ações detidas pelo setor público está alinhada ao objetivo de déficit zero do governo nacional e à não alocação de recursos federais a empresas privadas, abrindo assim a possibilidade de a empresa continuar a atividade de forma saudável em um quadro de economia de mercado", afirma o comunicado.

O Estado argentino detinha 63,7% de participação acionária na empresa, e 21,2% eram da Província de Mendoza. Os outros 5%, retirando-se a parcela dos credores (dentre eles, o Banco Nación, o Grupo Moneda, o BID e o BICE), pertenciam à família de Enrique Pescarmona, responsável por fundar a metalúrgica em 1907.

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