ARGENTINA

Efeito Milei: Em meio a caos e greves, presidente quer privatizar estatal de aviação

O governo de extrema direita anunciou que já negocia com “várias empresas privadas latino-americanas” para possível privatização da Aerolíneas Argentinas

Aerolíneas Argentinas pode ser privatizada.Créditos: Pixabay
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Em meio ao caos que o governo de Javier Milei provocou na Argentina, agora o próximo passo deve envolver a tradicional Aerolíneas Argentinas, estatal de aviação do país.

O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, anunciou, nesta quinta-feira (19), que o governo começou negociações com “várias empresas privadas latino-americanas” para a possível privatização das operações da Aerolíneas Argentinas.

A medida foi apresentada como resposta à série de greves organizadas por sindicatos ligados à empresa, que exigem melhores condições salariais. A notícia foi divulgada pela Rede Argentina.

O porta-voz do governo de extrema direita de Milei classificou os movimentos sindicais de “extorsão”. “Gostaríamos de informá-los que, em vista das greves persistentes que afetaram cerca de 40 mil passageiros, o governo nacional iniciou conversações com várias empresas privadas latino-americanas para finalmente assumir a operação da Aerolíneas Argentinas, caso, é claro, a extorsão que os argentinos estão sofrendo com esse tipo de medidas continue”, afirmou Adorni, em coletiva de imprensa.

A crise entre governo e sindicatos da Aerolíneas Argentinas vem se intensificando, com greves legítimas frequentes, que acabam afetando as operações da companhia.

Adorni deixou claro, na coletiva, que o objetivo do governo Milei é privatizar as operações domésticas da companhia aérea, mantendo uma estrutura de voos internacionais sob controle estatal, caso as negociações com os sindicatos não avancem.

Não é a primeira vez

A Aerolíneas Argentinas já foi alvo de um processo de privatização nos anos 1990, durante o governo de Carlos Menem, quando foi vendida à espanhola Iberia.

Entretanto, em 2008, a empresa voltou a ser controlada pelo Estado, em um movimento promovido pela então presidente Cristina Kirchner.

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