O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, contava com um empurrão de Joe Biden na reta final de seu mandato para conter a ofensiva da Rússia e chegar ao governo de Donald Trump em condições vantajosas para negociar.
Ele conseguiu praticamente tudo o que desejava: de caças F-16 a financiamento na casa dos bilhões de dólares e autorização para usar as armas mais letais do Ocidente contra território russo.
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No mundo real do campo de batalha, descontado o marketing, o fato concreto é que a Ucrânia está perdendo a guerra pelos padrões que o próprio Zelensky definiu para o que seria uma vitória: reconquistar todo o território hoje sob ocupação, inclusive a Crimeia.
Quem diz isso é a própria mídia da Ucrânia, aqui e ali. Num balanço de 2024, o Daily Ukraine resumiu: "Ucrânia termina o ano espancada, com tropas russas avançando no Norte, no Leste e no Sul".
Mais uma cidade-chave conquistada
Hoje, a Rússia informou ter tomado a cidade de Kurakhov, que já teve 20 mil habitantes e agora está reduzida a escombros.
É mais um passo importante a caminho de Pokrovsk, cuja captura marcaria um dos objetivos de Moscou: controlar quase totalmente o território de Donetsk.
Vladimir Putin foi quem colocou o poderio militar por trás da criação das repúblicas de Lugansk e Donetsk, informalmente incorporadas à Rússia, assim como a Criméia e as províncias ucranianas de Zaporizhzhia e Kherson.
Isso equivale a cerca de 20% do território da Ucrânia. A Rússia se aproxima do objetivo de ter controle militar completo destas regiões.
Kiev e Moscou travam no momento uma batalha feroz em território russo, na região de Kursk, que a Ucrânia atacou com o objetivo de levar a guerra a território inimigo e ganhar poder de barganha em eventuais negociações.
Donald Trump assume no dia 20 de janeiro com a promessa de acabar com o conflito, que no dia 24 de fevereiro próximo completa três anos.
Os dois lados, no entanto, seguem publicamente falando em vitória. A Ucrânia, com o apoio dos Estados Unidos e da aliança militar do Ocidente, insiste em que fará parte da OTAN. O Kremlin sugere que a vitória militar -- definida como ocupação dos territórios acima citados -- está ao alcance.