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'Taxa de congestionamento': entenda como Nova York quer reduzir trânsito

Consultoria avalia que cidade tem o pior tráfego de veículos do mundo e motoristas desperdiçam em média 102 horas por ano em engarrafamentos

Tráfego pesado em Nova York traz prejuízos econômicos diretosCréditos: ILMRT, CC BY-SA 3.0
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Teve início neste domingo (6) a cobrança de um pedágio para entrar em zonas de congestionamento na região central da cidade de Nova York, nos Estados Unidos. A ideia é aliviar o tráfego da cidade mais populosa do país.

Os motoristas da maioria dos carros de passeio vão pagar US$ 9 para entrar na região de Manhattan, ao sul do Central Park, durante a semana, entre 5h e 21h, e nos fins de semana, entre 9h e 21h. Fora do horário comercial, o pedágio cobrado será de US$ 2,25.

Os custos diferem para os distintos tipos de veículo. Há taxas mais altas para motoristas de caminhões comerciais menores e alguns ônibus, bem como para caminhões maiores e ônibus de turismo. Passageiros em táxis e outros veículos de aluguel pagam uma sobretaxa em cada corrida que entre na zona de congestionamento. O custo é de 75 centavos para um táxi e US$ 1,50 para um Uber ou Lyft.

Também existem isenções e descontos. Veículos de emergência autorizados e transportando pessoas com deficiência não são cobrados, enquanto alguns moradores dentro da zona com pedágio podem solicitar um crédito de imposto estadual. Motoristas de baixa renda podem se registrar para um desconto de 50% após suas primeiras dez viagens por mês.

Esta é a primeira taxa do tipo implementada nos Estados Unidos e os defensores da ideia argumentam que ela aliviará o congestionamento do trânsito, além de melhorar a qualidade do ar. A estimativa é que a cidade possa arrecadar US$ 15 bilhões para serem investidos no sistema de transporte público.

Maior trânsito do mundo

Segundo dados divulgados pela empresa de análise de dados de tráfego Inrix, Nova York teve o pior trânsito do mundo em 2023. O recém-lançado estudo Global Traffic Scorecard 2024 aponta que aqueles que dirigem na cidade passam a maior parte do tempo presos no tráfego pesado, com 102 horas anuais desperdiçadas, o que equivale a US$ 1.826 perdidos anualmente por cada motorista em congestionamentos. 

Já existem iniciativas semelhantes em cidades com grande tráfego como Londres, Cingapura e Estocolmo, onde o modelo se mostrou eficaz na redução do trânsito e na promoção de modos de transporte públicos e alternativos.

“Embora os EUA ainda estejam atrás dos níveis de tráfego pré-2020, uma retração dos modelos de trabalho remoto e híbrido trouxe um grande salto nas viagens ao centro da cidade, o que é um bom sinal para as economias metropolitanas”, diz Bob Pishue, analista de transporte da Inrix e autor do estudo. “O tráfego pode ser um indicador de benefício econômico, mas ironicamente é um obstáculo para as economias por si só, (pois) cada minuto gasto no trânsito resulta em dinheiro e produtividade perdidos”, aponta ele.

Com informações de NPR

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