Índia e Indonésia firmaram um acordo de US$ 440 milhões (R 3,8 bilhões) para a exportação de mísseis supersônicos BrahMos, ampliando a cooperação militar entre membros do BRICS.
O contrato, anunciado nesta terça-feira (29), inclui versões do míssil capazes de ser lançadas de plataformas terrestres, aéreas, marítimas e submarinas. Desenvolvido em parceria com a Rússia, o BrahMos atinge velocidades de Mach 2,8 (quase três vezes a velocidade do som) e possui alcance de 400 km, com precisão independente de condições climáticas.
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A negociação ocorreu durante visita de Estado do presidente indonésio, Prabowo Subianto, à Índia (23 a 26 de janeiro), que resultou em cinco memorandos de entendimento nas áreas de saúde, desenvolvimento digital, medicina tradicional, cooperação marítima e intercâmbio cultural.
Autoridades indianas destacaram interesse de Jacarta em colaborar na construção de porta-aviões, tecnologia dominada por poucos países, incluindo a Índia.
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Este é o segundo grande contrato de defesa da Índia na região: em 2023, as Filipinas adquiriram mísseis BrahMos por US$ 335 milhões, com entregas em andamento. Vietnã, Malásia e nações do Oriente Médio também manifestaram interesse no sistema. O primeiro-ministro Narendra Modi classificou a Indonésia como "parceiro vital no Indo-Pacífico", reforçando compromissos com "paz regional e liberdade de navegação".
O acordo consolida a presença do BRICS no setor de defesa global, tradicionalmente dominado por potências ocidentais. A Rússia, co-desenvolvedora do BrahMos, integra o bloco desde sua fundação, enquanto a Indonésia ingressou no grupo neste ano.
A parceria entre Nova Delhi e Jakarta ocorre em meio a tensões geopolíticas ao redor de todo o eixo Indo-Pacífico, com países asiáticos reforçando capacidades militares próprias.
O BrahMos é fruto de joint venture entre a Organização de Pesquisa e Desenvolvimento de Defesa da Índia (DRDO) e a russa NPO Mashinostroyeniya, carrega ogivas de 200 a 300 kg, sendo um dos mais avançados sistemas de mísseis do mundo.
Errata: antes a matéria afirmava que os mísseis BrahMos eram hipersônicos, mas na verdade eles são supersônicos. Mísseis hipersônicos alcançam velocidade Mach 5, como o indiano BrahMos 2, que não fez parte da negociação entre Indonésia e Índia.