O governo dos Estados Unidos, por meio do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE, na sigla em inglês), divulgou uma lista da quantidade de imigrantes ilegais de acordo com suas nacionalidades que estão na mira da deportação pelo presidente Donald Trump. Do total de quase 1,5 milhão, 38.677 são brasileiros.
Desde que tomou posse no dia 20 de janeiro, Trump fez questão de cumprir com sua promessa de campanha de realizar deportações em massa dos EUA. Na última sexta-feira (25), foi realizado o primeiro voo de deportação de imigrantes brasileiros, que foi alvo de uma série de denúncias de violência e violações de direitos e gerou a primeira crise entre o governo Lula (PT) e o governo Trump.
Te podría interesar
De acordo com levantamento mais recente, de 2022, realizado Pew Research Center, os Estados Unidos têm cerca de 11 milhões de imigrantes, dos quais 7 milhões são latinos, os principais alvos de Donald Trump.
Na lista divulgada pelo ICE, os países de origem com a maior quantidade de imigrantes ilegais são Honduras (261.651), Guatemala (253.413), México (252.044) e El Salvador (203.822). Há também imigrantes com origem em países que deixaram de existir há pelo menos 40 anos, como URSS e Iugoslávia.
Te podría interesar
Primeira deportação de brasileiros e relatos de violência
No dia 25 de janeiro, o governo Trump mandou ao Brasil a primeira leva de deportação, com 88 brasileiros. Os imigrantes já haviam sido detidos durante o governo de Joe Biden. O voo partiu dos Estados Unidos com destino a Minas Gerais, mas enfrentou diversos problemas técnicos, tendo que realizar um pouso de emergência em Manaus (AM) no sábado (26).
Ao saírem da aeronave, foi constatado pelo governo brasileiro que os imigrantes estavam usando algemas e correntes nos pés. Ao saber da situação, o presidente Lula (PT) determinou a imediata retirada dos objetos e afirmou que o tratamento aos brasileiros era "degradante". Lula também mandou a Força Aérea Brasileira (FAB) finalizar o voo até Minas Gerais para garantir dignidade aos imigrantes.
Ao serem recebidos pelo Ministério dos Direitos Humanos já em Confins (MG), os deportados relataram uma série de violências, agressões e violações pelos agentes dos EUA durante o voo. Eles afirmam que ficaram mais de 50 horas amarrados sem poder ir ao banheiro, se alimentar ou beber água. Além disso, ao reclamarem de calor devido à falta de ar condicionado, foram agredidos. Confira os relatos nesta reportagem.
O governo Lula, por meio do Ministério das Relações Exteriores, informou que está apurando as denúncias e repudiou o tratamento dos EUA, exigindo explicações do país.