NÃO PODE SER...

A inacreditável patetagem de Milei para imitar Trump no caso dos imigrantes

Governo argentino anunciou medida digna de gargalhadas para copiar as ações do mandatário dos EUA. Autoestima elevada do extremista virou piada

Créditos: Reprodução redes sociais
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Javier Milei perdeu qualquer resquício de senso do ridículo. Em meio à onda repressiva conduzida por Donald Trump nos EUA contra imigrantes ilegais, que resulta em inúmeras cenas de horror nas quais cidadãos estrangeiros sem documentos são levados como criminosos e deportados, o mandatário argentino resolveu tomar uma medida “semelhante” à de seu homólogo norte-americano, a quem venera como um deus.

Trump é conhecido desde seu primeiro mandato na Casa Branca pela promessa de construir um muro na fronteira com o México, algo que ele até começou a fazer e que agora retorna como promessa de campanha outra vez. No caso dos EUA, a intenção é criar uma zona relativamente controlada para impedir a passagem de centenas de milhares de imigrantes que tentam entrar no país a partir do território mexicano.

Milei viu aí uma oportunidade de fazer média com Trump e anunciou a construção de uma cerca na fronteira com a Bolívia. A intenção oficial nem seria a de evitar imigrantes, até porque ninguém parece querer ir viver na Argentina governada por ele, onde sobram miséria e pobreza e falta dinheiro. Tampouco a estrutura teria os milhares de quilômetros da sua correspondente rica dos EUA.

Segundo Patricia Bullrich, ministra da Segurança Pública (candidata da direita “tradicional” derrotada por Milei e que não pensou duas vezes em entrar em seu governo extremista), a ideia é construir uma cerca de 200 metros na cidade de Aguas Blancas, que faz fronteira com a Bolívia, e o intuito é “proteger os argentinos do tráfico de drogas”.

Sim, você não leu errado. Milei acredita que um alambrado de 200 metros num trecho insignificante da fronteira de 742 km com o país vizinho evitará a entrada de cocaína em solo argentino. É preciso admitir que em outros governos, como o de Mauricio Macri, um endurecimento na linha limítrofe de Aguas Blancas já havia sido implantado, inclusive com uso de tropas do exército, ainda que seja elementar que a entrada de drogas não passe pelo posto aduaneiro instalado na zona.

“Do governo nacional promovemos a cerca em Aguas Blancas para proteger os argentinos do tráfico de drogas. Por isso, com o Plano Güemes incorporamos uma nova medida para reforçar o controle na fronteira, que estava totalmente descontrolada”, escreveu em seus perfis oficiais nas redes a ministra Patricia Bullrich, nitidamente tentando surfar a onda de Trump e emulando seus discursos.

Quem ficou bem irritado com a história tosca foi o governo boliviano. A chancelaria em La Paz emitiu uma nota condenando esse tipo de patetagem e reafirmando que políticas de fronteira devem ser discutidas de forma civilizada entre as duas ou mais nações envolvidas.

“As questões fronteiriças devem ser abordadas através dos mecanismos de diálogo bilateral estabelecidos entre os estados para encontrar soluções coordenadas para questões comuns”, sinaliza o Ministério de Relações Exteriores da Bolívia.

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