ELON MUSK

Gesto de Musk vai além do nazismo e é muito mais grave, diz Nasser

Professor Reginaldo Nasser relembra histórico de guerras e genocídio do próprio Estados Unidos ao comentar sobre gesto de Elon Musk

Elon Musk faz gesto nazista durante posse de Trump.Créditos: Reprodução redes sociais
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Professor de Relações Internacionais, Reginaldo Nasser comentou, em entrevista ao Fórum Onze e Meia desta terça-feira (21), sobre o gesto nazista de Elon Musk durante a posse do presidente Donald Trump e alertou que a saudação vai além de uma referência ao nazismo, sendo ainda mais grave. 

Nasser afirmou que o gesto foi claramente uma saudação nazista, mais especificamente ao fascismo italiano, com o intuito de mobilização e inteisifcação dos extremos. "É uma tônica, uma política da extrema direita clássica e retomada hoje", afirma o professor. Nasser, porém, vai além e diz que não é preciso recorrer ao nazismo e ao fascismo nos Estados Unidos, mas sim à própria história do país. 

"Às vezes isso aparece para eles como uma ideologia importada, já no século XX, mas o que eles fizeram no século XIX com os indígenas e com os negros não tem nada a dever com o fascismo e nazismo. A política de expansão do final do século XIX que os Estados Unidos fez pela América Latina e toda a história de guerra e intervenções não é algo importado. Então eu acho que é mais grave ainda", alerta Nasser. 

"Porque quando a gente lida com uma ideologia importada gera algo como se fosse artificial, uma coisa que passa. E não é. Representa uma parcela, uma parte da sociedade americana, as suas elites e o povo mesmo. Representa a alma dos Estados Unidos", completa o professor. 

O genocídio indígena nos Estados Unidos durante o século XIX foi um dos mais violentos da América, uma vez que a limpeza étnica do oeste americano foi declarada como política oficial do governo. De um total de 25 milhões de indígenas que habitavam a América do Norte, estima-se que restaram apenas 2 milhões após as guerras genocidas. O massacre mais conhecido na História é o massacre de Bear River, que ocorreu no dia 29 de janeiro de 1863, quando estima-se que cerca de 300 nativos foram mortos. 

Nasser ainda pontua que Elon Musk tem feito referências aos "fundadores americanos", como William McKinley, presidente dos Estados Unidos entre 1897 e 1901, quando foi assassinado. McKinley foi o responsável pela vitória dos EUA na Guerra Hispano-Americana e é tido como exemplo de uma política protecionista para os EUA. O professor afirma que é possível fazer uma analogia entre as expansões marítimas de McKinley e a globalização e o desejo dos bilionários das big techs, como Musk, de se expandirem em busca do lucro a todo custo. "McKinley elevou esse pessoal ao paraíso, a ganhar dinheiro a todo custo, até se precisar da força americana."

"Eu quero dizer que tem passado na história dos Estados Unidos, não é coisa importada, não é modismo, não é nada disso e será muito forte de combater", pontua o professor. 

Musk faz saudação nazista durante posse de Trump

Durante a posse de Donald Trump nesta segunda-feira (20), Elon Musk, que assumirá a Secretaria de Eficiência Governamental e é dono da Tesla e da rede social X, fez um gesto nazista ao agradecer a eleição de Trump. Veja o vídeo abaixo:

Entrevista completa de Reginaldo Nasser

A entrevista completa do professor Reginaldo Nasser comentando sobre as expectativas para o novo governo de Donald Trump pode ser assistida no canal da TV Fórum abaixo.

 

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