A manipulação e divulgação de informações falsas com a intenção de enganar pessoas está entre as maiores ameaças globais para 2025, de acordo com o novo Relatório de Riscos Globais do Fórum Econômico Mundial, divulgado nesta quarta-feira (15).
O documento realiza um ranking dos principais riscos globais que o mundo irá enfrentar em curto e longo prazo. A desinformação se encontra como a ameaça mais grave a curto prazo (dois anos), representando um risco para a coesão social e governança. Este é o segundo ano consecutivo em que a disseminação de notícias falsas se encontra entre os riscos no topo do ranking.
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Em relação a riscos globais imediatos, neste ano, a desinformação está em 4° lugar, atrás de conflitos armados, crise climática e confrontos geoeconômicos. O relatório se baseia na opinião de mais de 900 especialistas em riscos globais, formuladores de políticas e líderes da indústria entrevistados entre setembro e outubro de 2024. Com base nessas análises, o documento projeta cenários para os próximos dois anos e para a próxima década.
A maioria dos entrevistados (52%) acredita em uma maior estabilidade nos próximos dois anos, porém, 31% acreditam que o cenário será de maior turbulência, enquanto 5% preveem riscos catastróficos globais no curto prazo. Já 26% projetam uma perspectiva turbulenta nos próximos 10 anos.
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Os especialistas apontam que a principal saída para esse cenário turbulento é a cooperação global, que se faz cada vez mais necessária com o passar dos anos. Porém, 64% apontam que a realidade será oposta, com a ordem global fragmentada, marcada pela competição entre potências médias e grandes.
"A próxima década apresenta um momento crucial para os líderes navegarem por riscos complexos e interconectados e abordarem as limitações das estruturas de governança existentes. Para evitar uma espiral descendente de instabilidade – e, em vez disso, reconstruir a confiança, aumentar a resiliência e garantir um futuro sustentável e inclusivo para todos – as nações devem priorizar o diálogo, fortalecer os laços internacionais e promover condições para uma colaboração renovada", aponta o relatório.
"Aumento das tensões geopolíticas e uma fratura de confiança estão impulsionando o cenário de risco global", diz Mirek Dušek, Diretor Geral do Fórum Econômico Mundial. "Neste contexto complexo e dinâmico, os líderes têm uma escolha: encontrar maneiras de promover colaboração e resiliência, ou enfrentar vulnerabilidades crescentes."
Colapso climático e poluição
Eventos climáticos extremos ocupam o primeiro e o segundo lugar nos rankings de curto prazo (2 anos) e longo prazo (10 anos), respectivamente, evidenciando a necessidade de ações de enfrentamento e adaptação à crise climática.
"Riscos ambientais dominam a perspectiva de longo prazo, com eventos climáticos extremos, perda de biodiversidade e colapso do ecossistema, mudanças críticas nos sistemas da Terra e escassez de recursos naturais, liderando as classificações de risco de 10 anos", aponta o relatório.
A poluição também aparece no top 10, ocupando o 5° lugar na tabela de curto prazo. "Sua classificação reflete um reconhecimento crescente dos sérios impactos à saúde e ao ecossistema de uma ampla gama de poluentes no ar, na água e na terra. No geral, eventos climáticos extremos foram identificados com destaque como riscos imediatos, de curto e longo prazo", diz outro trecho.
A íntegra do Relatório de Riscos Globais do Fórum Econômico Mundial pode ser acessado por meio deste link.