FIM DO CASO

Trump é condenado em caso de suborno a atriz pornô, mas sem pena

Faltando 10 dias para se tornar novamente o homem mais poderoso do mundo, presidente eleito dos EUA recebe veredicto de um tribunal de Nova York

Créditos: Gage Skidmore/Creative Commons
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O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, foi condenado nesta sexta-feira (10) por um tribunal de Nova York no caso em que ele cometeu uma série de fraudes contábeis para poder pagar suborno a uma então atriz pornô com quem mantinha um caso, para que ela não contasse tudo sobre a relação extraconjugal durante a corrida eleitoral de 2016. A sentença, no entanto, não impôs qualquer tipo de pena, seja de cadeia, multa ou liberdade condicional ao homem que retornará à Casa Branca no próximo dia 20.

A sentença do juiz Juan Merchan, do Tribunal Distrital de Nova York, pelo menos foi “sincera”. Após a condenação por parte do júri em 34 acusações apresentadas, o magistrado admitiu que não iria impor qualquer pena a Trump “por conta da conjuntura”. De forma clara, o fato do condenado ser um sujeito que dentro de 10 dias assumirá o posto de homem mais poderoso do planeta, ao retornar à presidência dos EUA, garantiu a ele impunidade.

Merchan até tentou explicar melhor seu ponto de vista, ao citar o fato de Trump ter recebido um “mandato popular legalmente”, o que acarreta a responsabilidade de governar o país, algo que poderia ser prejudicado caso o condenado fosse encaminhado para a prisão. Ainda assim, o sentimento foi de frustração entre muitos norte-americano, embora tal desfecho fosse dado como certo.

Mas para quem pensa que Trump ficou satisfeito com o resultado do julgamento, engana-se. Ele atacou a corte que o julgou e seguiu alegando inocência. “Penso que foi um retrocesso para Nova York e para o sistema judiciário de Nova York”, disse o futuro presidente. Nos últimos meses, seus advogados apelaram à Corte do Estado de Nova York e até à Suprema Corte dos EUA, mas nada conseguiram.

O promotor Joshua Steinglass, que liderou a equipe que acusou Trump no processo criminal, lembrou que o agora futuro presidente não manifesta qualquer remorso pelos crimes que cometeu e ainda fez com que servidores envolvidos na ação fossem ameaçados.

“Este réu causou danos duradouros à percepção pública do sistema de justiça criminal e colocou os oficiais do tribunal em perigo... Ele está longe de expressar qualquer tipo de remorso por sua conduta criminosa”, afirmou Steinglass após o julgamento.

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