Mais de 100 libaneses morreram nesta segunda-feira (23) após bombardeios israelenses no sul do Líbano, segundo o Ministério da Saúde do país. Cerca de 400 ataques aéreos foram realizados com o objetivo declarado de atingir o Hezbollah.
Entre os mortos estão mulheres, profissionais de saúde e crianças, além de alguns combatentes do grupo xiita libanês.
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Desde a semana passada, o governo de Benjamin Netanyahu tem conduzido ofensivas contra o grupo de resistência islâmica, incluindo ataques a dispositivos de comunicação, como pagers e walkie-talkies.
O Hezbollah tentou reagir com mísseis e drones, mas foi fortemente prejudicado pelas ações israelenses da última semana.
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O que dizem as autoridades libanesas
O primeiro-ministro interino do Líbano, Najib Mikati, condenou as ações de Israel, classificando-as como "agressão" e "genocídio". Ele enfatizou que esses ataques violam a soberania libanesa e o direito internacional.
"A crescente agressão israelense ao Líbano é um genocídio em todos os sentidos da palavra, cujo objetivo é destruir aldeias libanesas", afirmou Mikati na segunda-feira, durante uma reunião de gabinete.
Embora Mikati não seja aliado político do Hezbollah, ele vê a guerra de Israel contra o grupo xiita como um ataque à soberania de seu país. Até o momento, o exército libanês não se envolveu diretamente no conflito.
De acordo com o porta-voz de Mikati, Mesbah al-Ali, o premiê foi ameaçado a abandonar o escritório onde conduzia a reunião de gabinete nesta segunda-feira (23), e há pressão para que ele renuncie ao cargo.
As promessas de escalada
O chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, Tenente-General Herzi Halevi, prometeu no domingo continuar atacando o Hezbollah de forma ainda mais intensa.
"O preço que o Hezbollah está pagando aumentou, e nossos ataques continuarão a aumentar", disse Halevi, segundo o *Times of Israel*. "Garantiremos que os moradores israelenses voltem em segurança para suas casas, e, se o Hezbollah ainda não entendeu isso, receberá outro golpe, e mais outro — até que a organização compreenda", completou.
Por sua vez, o Hezbollah declarou que Israel enfrentaria o "inferno" se continuasse com as agressões ao sul do Líbano. No entanto, a capacidade operacional do Hezbollah foi severamente afetada pelos ataques israelenses da última semana, e o grupo tem demonstrado comportamento "confuso", segundo a imprensa internacional.
O futuro do conflito
Enquanto isso, a Assembleia Geral da ONU ocorre em Nova York, e há expectativa sobre a reação internacional ao conflito. Simultaneamente, Israel continua seus ataques à Faixa de Gaza, onde mais de 42 mil palestinos foram mortos.
A tendência é que as Forças de Defesa de Israel se dividam em dois frontes: um contra a guerrilha urbana do Hamas em Gaza e outro contra os bombardeios do Hezbollah no norte. Israel conta com o apoio dos Estados Unidos em sua campanha contra o Hezbollah, mas ainda é cedo para avaliar a capacidade de sustentar dois conflitos simultâneos por um longo período.