Caracas, capital da Venezuela, foi tomada por manifestantes neste sábado (3). Menos de uma semana depois das eleições presidenciais, milhares de pessoas foram às ruas ou para defender a vitória do presidente Nicolás Maduro ou para pedir a saída do mandatário.
A marcha em apoio ao presidente teve início à tarde e partiu de diferentes pontos de Caracas, com concentração no Palácio de Miraflores, sede do governo venezuelano, onde os manifestantes celebravam a vitória do presidente com os jingles que marcaram a campanha.
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Com palavras de ordem como "As ruas são do povo de Bolívar, Chávez e Maduro"; "Somos alegria, somos maioria" e "Na Venezuela não há espaço para a violência", a marcha em apoio a Maduro contou com o deslocamento da força Motorizada pelas principais avenidas da capital.
Mobilização da extrema direita
A oposição de extrema direita também convocou várias mobilizações; no ato principal contou com a presença de María Corina Machado, que já estaria escondida por temer pela própria vida, mas não do candidato Edmundo González.
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Os protestos da oposição começaram violentos na segunda-feira (29), mas perderam força. Neste sábado, os manifestantes participaram de um ato durante apenas 3 horas. A concentração começou às 10h, no bairro Las Mercedes, área nobre da capital.
Questão de ângulo
O chanceler venezuelano, Yván Gil, ofereceu um vídeo com um anglo mais amplo da plateia do discurso de Corina Machado e escreveu em seu perfil oficial no X: "Uma coisa são as fake news de Elon Musk nas redes e os chantagens dos Comanditos do Terror, outra é a realidade nas ruas venezuelanas".
Grande farsa
Nesta sexta-feira (2), o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, apresentou uma série de documentos que indica o que chamou de “grande farsa” da oposição em relação às eleições que ocorreram no dia 28 de julho, afirmando que a suposta contagem apresentada pela Plataforma Unitária em uma página da internet é repleta de fraudes.
Rodríguez disse que os dados apresentados pela oposição contém irregularidades, como atas falsas ou minutas sem assinaturas de testemunhas e dos operadores das urnas. A contagem paralela serviu de base para o secretário de Estado dos EUA Antony Blinken declarar que Edmundo González Urrutia foi eleito presidente da Venezuela.
“Revelamos a farsa, publicada num site, das supostas atas apresentadas pela extrema direita, sem dados sobre membros das mesas de voto, testemunhas, operadores de máquinas e até assinaturas falsas. A extrema direita nunca esteve disposta a reconhecer os resultados eleitorais!”, afirmou.
A oposição utilizou um site para criar os seus registros eleitorais. De acordo com o relatório do governo, a página “www.resultadospresidencialesvenezuela2024.com” foi adquirida na véspera das eleições e que o domínio foi alugado por um ano. Rodríguez e um grupo de especialistas se debruçaram sobre a reprodução digital dos papéis.
Até agora, pelo menos 20 pessoas foram mortas nos protestos depois da eleição, de acordo com o grupo de defesa de direitos Human Rights Watch. Outras 1,2 mil foram presas em conexão com as manifestações, segundo o governo.