O bombardeio da Rússia ao sistema de energia da Ucrânia, que provocou apagões em vários pontos do país em horário de trabalho nesta segunda-feira, é visto como a esperada retaliação de Moscou pelo ataque ucraniano à região russa de Kursk.
Neste domingo, 25, o presidente Volodymyr Zelenski disse que suas tropas avançaram até três quilômetros em Kursk, depois da incursão que teve início há 20 dias.
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A Rússia disse ter bombardeado fortemente as posições ucranianas em seu próprio território nas últimas horas.
Além de provocar o deslocamento de tropas russas que avançam no leste da Ucrânia, Kiev está cumprindo a promessa de levar a guerra ao território russo.
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ATAQUE A PRÉDIO CIVIL
Imagens disponíveis nas redes sociais mostram um drone ucraniano atingindo um prédio residencial em Saratov, a cerca de 900 km da cidade ucraniana de Kharkiv. Uma mulher ficou ferida.
A Ucrânia tem tentado demonstrar que pode atacar até mesmo em Moscou.
O bombardeio russo à infraestrutura ucraniana não é novidade, mas a intensidade sim: foram 120 mísseis de vários tipos e 100 drones-kamikaze disparados principalmente contra instalações elétricas, segundo a contabilidade de Zelenski.
Um dos drones russos aparentemente se perdeu e caiu em território polonês, segundo o governo deste país.
Ao mesmo tempo, tropas da Bielorrússia estão concentradas na fronteira deste país com a Ucrânia, segundo denunciou Kiev.
No território do aliado da Rússia estão remanescentes do Grupo Wagner, cujo líder se rebelou contra Moscou antes de morrer em um acidente aéreo suspeito.
LOBBY PELA GUERRA FAZ PRESSÃO
Com o ataque de hoje, cresce a pressão sobre a OTAN para que forneça mísseis de maior alcance à Ucrânia -- e autorize Kiev a dispará-las contra território russo.
O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), um think tank baseado em Washington, faz lobby pelo relaxamento das restrições impostas a Zelenski pelo Ocidente.
Dentre os financiadores do ISW estão fabricantes de armas como General Dynamics, Raytheon e DynCorp.
As três empresas tem interesse direto em guerra eterna na Ucrânia.
O ISW argumenta:
A política dos Estados Unidos impede a Ucrânia de atacar 84% do santuário de tropas russas -- onde ficam 230 das 250 bases militares e paramilitares [de Moscou].
De acordo com o ISW, nenhuma grande base aérea russa está ao alcance das armas até agora fornecidas pelos EUA.
O próprio Zelenski, em uma postagem, afirmou:
Cada um destes ataques lembra-nos repetidamente da necessidade crítica de dotar as nossas Forças de Defesa de armas de longo alcance suficientes para destruir os terroristas precisamente nos locais a partir dos quais lançam os seus ataques.
Isso significa atacar com profundidade o território russo usando armas da OTAN.