Com auxílio de tecnologia moderna, autoridades dos Estados Unidos solucionaram o caso e chegaram ao responsável pela morte de Susan Leigh Wolfe, de 25 anos, após 44 anos. O corpo da jovem foi encontrado em janeiro de 1980, em Austin (EUA).
O caso, que estava arquivado, avançou nos últimos meses. A polícia de Austin, no Texas, acusou, como autor do crime, Deck Brewer Jr., de 78 anos, cuja amostra de DNA corresponde às evidências achadas na autópsia da jovem.
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Depois de décadas de investigação, o Tribunal Municipal de Austin emitiu um mandado de prisão contra Brewer.
Segundo informações da polícia, o homem já estava preso, pelo Departamento de Correções de Massachusetts, por outras acusações que não têm relação com o assassinato de Susan.
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Ainda conforme o Departamento de Polícia de Austin, no primeiro ano de apuração, os responsáveis “seguiram incansavelmente dezenas de pistas, investigaram e localizaram numerosos carros que correspondiam à descrição da testemunha, encontraram mais de 40 potenciais suspeitos e entrevistaram pelo menos seis deles”.
Porém, não houve progresso significativo na época e o caso acabou arquivado.
Somente em abril de 2023, o processo foi retomado. Detetives da Unidade de Casos Arquivados da polícia de Austin apresentaram evidências referentes à agressão sexual sofrida por Susan Wolfe ao laboratório criminal do Departamento de Segurança Pública.
Depois de análises do Departamento de Ciência Forense de Austin e do laboratório criminal, as evidências, enfim, foram aceitas para testes.
O perfil genético conseguido a partir das evidências testadas foi inserido no Sistema Combinado de Índice de DNA. Trata-se de um programa computadorizado, que reúne bancos de dados locais, estaduais e nacionais de perfis de DNA de infratores condenados, evidências não resolvidas de cenas de crimes, além de pessoas desaparecidas.
Algumas semanas depois disso, a polícia local recebeu uma notificação de que havia sido localizada, em Massachusetts, possível correspondência do material.
Ou seja, o relatório identificava Deck Brewer Jr. como compatível com o DNA que estava no corpo de Susan. Para confirmar, a polícia colheu novamente material genético do suspeito, que admitiu ter estado em Austin no dia do crime.
“Brewer invocou seu direito a um advogado depois que lhe disseram que seu DNA foi encontrado na cena de um homicídio”, apontou comunicado da polícia.
“Deck Brewer Jr. não pode ser excluído como o contribuidor do componente principal neste perfil de DNA. A probabilidade de selecionar aleatoriamente uma pessoa não relacionada que poderia ser o contribuidor do componente principal neste perfil de DNA é de aproximadamente 1 em 550,5 quintilhões. Um quintilhão é seguido por 18 zeros”, destacou o documento.
O caso
Susan Leigh Wolfe foi raptada quando estava a apenas um quarteirão de casa, em Austin. Ela se dirigia à residência de uma amiga, no dia 9 de janeiro de 1980. A jovem havia se matriculado naquele dia para o curso de enfermagem na Universidade do Texas.
Uma testemunha relatou à polícia que o motorista de um veículo chegou perto de Susan, a agarrou, colocou um casaco sobre sua cabeça e a forçou a entrar no carro.
Ainda conforme a testemunha, a porta do passageiro se abriu. Porém, disse não ter visto o que o passageiro fez durante o sequestro, mas identificou o carro como sendo um Dodge Polara 1970.
O corpo de Susan foi encontrado em um beco no dia seguinte, pela manhã. A autópsia apontou que a jovem foi abusada sexualmente, estrangulada e baleada. O patologista responsável concluiu que a causa da morte foi um tiro na cabeça.
Apesar de o caso ter sido solucionado agora, a investigação segue em andamento, pois a polícia continua “seguindo pistas em um esforço para identificar o passageiro do carro”.
Tecnologia moderna
Michael Arntfield, da Western University, em Ontário, no Canadá, afirmou que, antes dos avanços recentes, era necessário carregar nos sistemas “uma quantidade considerável de DNA” para que a amostra fosse comparada.
Arntfield declarou, em entrevista à rede CNN, dos Estados Unidos, que os investigadores do caso de Susan, possivelmente, não teriam amostra de DNA suficiente para realizar as análises feitas mais de 40 anos depois do crime.