DIPLOMACIA

Sugerir nova eleição na Venezuela não está nos planos do governo Lula

A apresentação das atas permanece como principal estratégia da Presidência da República para resolver o impasse venezuelano

Sugerir nova eleição na Venezuela não está nos planos do governo Lula.Créditos: Imagem retirada do vídeo
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A ideia de propor a realização de uma nova eleição na Venezuela não está nos planos, pelo menos por enquanto, do Palácio do Planalto. De acordo com informações do jornalista Jamil Chade, do UOL, a estratégia permanece a mesma, ou seja, a de que o governo venezuelano apresente as atas eleitorais.

Nesta terça-feira (13), surgiu a informação de que o representante da presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, teria sugerido ao presidente Lula a realização de nova eleição na Venezuela como um caminho para pôr fim ao impasse que se arrasta no país.

No entanto, segundo Jamil Chade, fontes do Itamaraty declararam que esse não é o posicionamento do governo brasileiro e que a proposta que está na mesa é a apresentação das atas de cada uma das seções eleitorais.

Ao jornal Valor Econômico, Celso Amorim declarou que a proposta de uma nova eleição na Venezuela "é embrionária", que ainda não foi discutida com os parceiros da América Latina, mas que tal caminho deveria envolver uma contrapartida, entre elas, a retirada de sanções estrangeiras.

Por enquanto, o Itamaraty mantém a mesma estratégia: a construção de diálogo entre a oposição e o governo de Maduro e a publicação de todas as atas eleitorais.

Maduro anuncia bloqueio do X e dispara: “Incita o fascismo e o ódio”

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quinta-feira (8) que a plataforma X (antiga Twitter) será bloqueada no país por um período de 10 dias. Em seu discurso, Maduro afirmou que a rede social, pertencente ao empresário Elon Musk, está sendo utilizada para "incitar o fascismo e a morte".

"A rede social, que se chamava Twitter, agora X, de Elon Musk... Elon Musk, dono do X, violou todas as normas de sua própria rede social, o Twitter, hoje conhecida como X, todas! E violou incitando o ódio, o fascismo, a guerra civil, a morte... violou todas as leis da Venezuela. Aqui na Venezuela há leis, e vamos fazer com que elas sejam respeitadas [...] o Conselho de Comunicação Social decidiu bloquear a rede social X, antes conhecida como Twitter, por dez dias. X bloqueado por dez dias na Venezuela", afirmou Maduro.

Confira o discurso do presidente da Venezuela no vídeo abaixo:

Elon Musk aceita desafio de Nicolás Maduro 

Na segunda-feira (29), durante a cerimônia do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, na qual Nicolás Maduro foi proclamado presidente eleito, o mandatário fez um longo discurso sobre os grupos estrangeiros que supostamente querem derrubar seu governo e se apossar do petróleo venezuelano.

Entre as várias figuras mencionadas por Nicolás Maduro, estava o empresário sul-africano Elon Musk, proprietário da Tesla e do X. Em sua fala, Maduro afirmou que Musk está por trás dos movimentos golpistas na Venezuela e o desafiou para uma luta.

"Elon Musk, você está desesperado, se controle, eles te levarão ao fracasso como a direita levou todos os políticos dos EUA ao fracasso. Elon Musk, quem mexe comigo, fracassa. Quem mexe com a Venezuela, fracassa, Elon Musk. Quer uma briga, Elon Musk? Estou pronto! Sou filho de Bolívar e de Chávez! Não tenho medo de você, Elon Musk. Vamos conversar, onde você quiser", finalizou Nicolás Maduro em tom de desafio.

Elon Musk aceita o desafio

Ao tomar conhecimento do desafio de Nicolás Maduro, Elon Musk aceitou o convite para a luta. Após aceitar, Musk publicou no X uma série de tweets sobre a questão. Em uma dessas publicações, o empresário afirmou que "aceita, mas que Maduro é um covarde".


Musk aproveitou o momento 5ª série para debochar de Mark Zuckerberg, dono da Meta e seu “rival” no ramo das redes sociais: "Maduro é um cara grande e provavelmente sabe lutar, então esta seria uma luta real. Zuck é um rapazinho, então seria uma luta curta haha."
 

Em outra publicação, Musk revelou qual seria o prêmio da luta entre ele e Maduro: “Se eu ganhar, ele renuncia ao cargo de ditador da Venezuela. Se ele vencer, dou-lhe uma viagem grátis para Marte.”

 

 

 

 

Maduro parte pra cima de Elon Musk: "representante do fascismo no mundo"
 

Durante a cerimônia de proclamação de sua vitória nesta segunda-feira (29) no Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o presidente eleito Nicolás Maduro declarou o empresário Elon Musk como o novo arqui-inimigo da Venezuela. 

Segundo Maduro, Elon Musk já "comprou" a Argentina e o Equador por causa do lítio e tinha planos de patrocinar ataques e invasões contra a Venezuela. Além disso, Maduro afirmou que o dono da Tesla é "a representação do fascismo no mundo" e que financia candidaturas da extrema-direita.

Maduro disse: "As redes sociais criam uma realidade virtual, e quem controla essa realidade virtual? O nosso novo arqui-inimigo: o famoso Elon Musk. Ele queria vir com seus foguetes e um exército para invadir a Venezuela. Elon Musk, ainda bem que você mostrou a cara, pois sabíamos que você estava por trás de tudo com seu dinheiro, seus satélites... Ele pretende controlar o mundo. Ele já controla a Argentina. Ele vai atrás do seu lítio, povo argentino. Ele já controla o Equador".

Em seguida, Maduro afirmou que Elon Musk "é a representação do fascismo no mundo. O poder econômico apoiando a extrema-direita. Agora, o consideramos um arqui-inimigo da paz na Venezuela. Hoje ele postou no X. Eu vou dizer, pois é vergonhoso... Ele postou um tweet, como chamávamos antes, com imagens de pessoas carregando caixas, era um vídeo que circulava por aí de pessoas carregando caixas de ar-condicionado, e ele disse: 'a prova de que Maduro roubou as eleições, nas caixas estão roubando urnas’”.

Maduro continuou: "Elon Musk, você está desesperado, se controle, eles te levarão ao fracasso como a direita levou todos os políticos dos EUA ao fracasso. Elon Musk, que mexe comigo, fracassa. Quem mexe com a Venezuela, fracassa, Elon Musk. Quer uma briga, Elon Musk? Estou pronto! Sou filho de Bolívar e de Chávez! Não tenho medo de você, Elon Musk. Vamos conversar, onde você quiser", finalizou Nicolás Maduro em tom de desafio.


Confira a declaração de Maduro no vídeo abaixo: 

Venezuela expulsa missões diplomáticas de países que não reconheceram vitória de Maduro 

O chanceler da Venezuela, Yvan Gil, revelou através das redes sociais que o governo venezuelano decidiu expulsar todas as missões diplomáticas dos países que não reconheceram o resultado das eleições que garantiram um novo mandato ao presidente Nicolás Maduro.

Dessa forma, as missões diplomáticas da Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai, conforme comunicado do governo, devem deixar a Venezuela "imediatamente".

"A República Bolivariana da Venezuela expressa sua mais firme rejeição às ações e declarações intervencionistas de um grupo de governos de direita, subordinados a Washington e abertamente comprometidos com os postulados ideológicos do fascismo internacional, tentando reeditar o fracassado Grupo de Lima. Esses governos estão tentando ignorar os resultados eleitorais das eleições presidenciais de domingo, 28 de julho de 2024, que deram a vitória a Nicolás Maduro Moros como presidente da República Bolivariana da Venezuela para o novo período constitucional 2025-2031", diz o comunicado emitido pela chancelaria do governo da Venezuela.

Em seguida, o comunicado afirma: "O governo da República Bolivariana da Venezuela, diante deste nefasto precedente, que atenta contra a nossa soberania nacional, decide retirar todo o pessoal diplomático das missões: Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai; exigir destes governos a retirada imediata de suas representações em território venezuelano."

CNE proclama Maduro presidente eleito 

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela proclamou nesta segunda-feira (29) Nicolás Maduro como presidente eleito. De acordo com o órgão, Maduro obteve 51,2% dos votos, e o candidato da oposição, Edmundo González, 44%.

Além disso, o CNE também informou que a diferença de votos entre Nicolás Maduro e Edmundo González foi de 704 mil votos.

Durante a proclamação, que foi transmitida ao vivo pelas redes, Nicolás Maduro afirmou que “o fascismo foi derrotado” e, assim como em seus comícios, voltou a afirmar que na Venezuela a extrema direita não se criará.

“O povo disse paz, tranquilidade. Fascismo na Venezuela, na terra de Bolívar e Chávez, não passará”, disparou Maduro.

Apesar da proclamação do CNE, a oposição não reconheceu o resultado e acusa o sistema eleitoral venezuelano de fraude. Afirmam que Edmundo González teve 70% dos votos, enquanto Maduro teria obtido apenas 30%. Até este momento, porém, não foram apresentadas provas de que houve fraude na eleição do país.

“Queremos dizer ao mundo que a Venezuela tem um novo presidente eleito e é Edmundo González”, declarou Maria Corina Machado.

Oposição venezuelana será investigada por suposto ataque hacker ao sistema eleitoral

O Ministério Público da Venezuela revelou nesta segunda-feira (29) que abriu uma investigação para apurar um suposto ataque hacker contra o sistema eleitoral da Venezuela. De acordo com o órgão, os principais suspeitos são os líderes da oposição, entre eles, Maria Corina Machado.

“De acordo com as informações sigilosas que recebemos, o principal envolvido neste ataque seria o cidadão Lester Toledo, infame fugitivo da Justiça que está no exterior. Junto com ele, parecem estar envolvidos os fugitivos da justiça venezuelana Leopoldo López e María Corina Machado. Os promotores estão coletando evidências dessas ações que tentaram adulterar os resultados”, declarou Tarek William Saab, procurador-geral da República na Venezuela, em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira.