Enquanto o lado ocidental do mundo — aquele que é visto pelas lentes dos Estados Unidos, discute a forma de tirar do poder o "ditador" Maduro —, o presidente da Rússia Vladimir Putin envia uma carta ao presidente da Venezuela convidando-o a participar do próximo encontro dos BRICS.
O fato foi revelado pelo Chanceler da República Bolivariana da Venezuela, Yvan Gil, em seu perfil na Rede X:
"O Presidente Vladimir Putin convida, na qualidade de Presidente em exercício do BRICS, o Presidente @NicolasMaduro para a reunião BRICS Outreach/BRICS Plus dos líderes dos estados membros da união."
No print que publica do convite está escrito:
Excelentíssimo Senhor Presidente,
Na minha qualidade de Presidente Interino do BRICS, convido você a participar da reunião BRICS Outreach/BRICS Plus dos líderes dos estados membros da união. Os eventos neste formato ampliado serão realizados em Kazan, de 23 a 24 de outubro de 2024.
Acreditamos que a referida reunião sobre o tema "BRICS e o Sul Global: Construindo Juntos um Mundo Melhor" proporcionará um impulso construtivo para resolver problemas atuais nas agendas regional e global, favorecerá a consolidação de esforços coletivos para construir um sistema justo e democrático de relações internacionais.
Estou certo de que a sua participação pessoal enriquecerá a próxima discussão, ajudará a identificar áreas promissoras de cooperação multilateral em benefício da maioria mundial e, sem dúvida, contribuirá para o desenvolvimento progressivo das relações russo-venezuelanas.
A data do convite é bastante significativa: 1º de agosto, mesmo dia em que o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, publicou um comunicado reconhecendo Edmundo González Urrutia como vencedor das eleições venezuelanas e, portanto, novo presidente da Venezuela.
A questão é ver se Nicolás Maduro vai conseguir resistir às intensas pressões do lado ocidental do mundo que quer tirá-lo do poder e colocar no lugar mais um autoproclamado presidente da Venezuela, acusando Maduro de fraudar as eleições.
O problema é que a causa de toda a discussão as famosas atas foram finalmente entregues pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela ao Supremo de lá, com 100% das urnas apuradas e apontando vitória de Maduro.
Isso vai obrigar os partidários da vitória do autoproclamado, entre os quais o governo dos Estados Unidos e de vários países da Europa, a voltarem o foco para questionar a validade das atas apresentadas ou se desculparem (imagine se o farão) pelas apressadas decisões.
Rússia e China reconhecem a vitória de Maduro. Com a apresentação das atas, o Brasil deve ir pelo mesmo caminho.