O Le Monde, principal jornal da França e um dos mais renomados do mundo, deu destaque em seu site nesta segunda-feira (8) ao indiciamento de Jair Bolsonaro (PL) pela Polícia Federal pelo escândalo das joias subtraídas do acervo da Presidência da República para serem vendidas nos EUA. O jornal escancarou para o público europeu o esquema criminoso do ex-presidente brasileiro.
"No Brasil, Jair Bolsonaro é acusado de tentar se apropriar de joias no valor de mais de 1 milhão de dólares", diz o título da matéria. Na linha fina, os franceses recordam que o escândalo veio a público na imprensa brasileira em março de 2023, depois que agentes da Receita Federal apreenderam as joias com Bento Albuquerque, ex-ministro de Minas e Energia, em 2021. "A polícia recomenda a acusação formal do ex-presidente", diz a publicação.
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A matéria reproduz informação oriunda da PF de que Bolsonaro "se beneficiou de um esquema ilegal de venda de joias e artigos de luxo recebidos no Brasil, avaliados em um total de 1,22 milhão de dólares (1,1 milhão de euros)".
O texto explica que o indiciamento já havia ocorrido na última semana e que Bolsonaro está indiciado ao lado de outras 11 pessoas por associação criminosa, lavagem de dinheiro e peculato. Também cita o discurso do ex-presidente, que se diz "vítima de perseguição".
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O jornal destacou as peças adquiridas em viagens ao Oriente Médio e informou que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, deu ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, quinze dias para decidir formalmente sobre a acusação de Jair Bolsonaro.
"Entre os presentes estavam um anel, um colar e brincos da marca suíça Chopard, avaliados em cerca de 828.000 dólares (765.000 euros), além de relógios Chopard e Rolex de ouro e diamantes, e outros itens de joalheria, conforme o relatório policial de quase 500 páginas. Após a revelação do caso, conselheiros de Jair Bolsonaro recuperaram e devolveram ao Estado alguns dos objetos vendidos, detalha o relatório. Segundo a Polícia Federal, os valores obtidos com as vendas 'poderiam ter sido usados para cobrir as despesas de Jair Bolsonaro' nos Estados Unidos, onde ele passou alguns meses após o término de seu mandato", diz o trecho final da matéria.