O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou esta tarde que autoridades locais já prenderam 749 pessoas por causa de ações de protesto contra o anúncio da reeleição de Nicolás Maduro.
Ele descreveu os manifestantes como "criminosos" e afirmou que alguns serão processados por terrorismo.
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Saab mostrou as fotos de alguns dos presos e alegou que muitos foram pagos.
O procurador mostrou vídeos dos ataques que foram postados nas redes sociais e confirmou que um sargento do Exército foi morto a tiros em Maracay, no estado de Aragua.
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Tarek Saab disse que menores de idade e encapuzados participaram das chamadas "guarimbas".
Ele mostrou vídeos dos ataques a uma sede do partido do governo, o PSUV, a uma sede do Conselho Nacional Eleitoral e a um posto de saúde.
As imagens do espancamento de um policial e de um civil que teria sido identificado como "chavista" também foram exibidas.
O procurador disse que os presos serão processados por obstrução de vias, instigação de ódio e outros crimes, além de terrorismo.
Até agora, segundo ele, há 48 funcionários públicos, policiais e militares feridos.
O procurador nada disse sobre a prisão de Freddy Superlano, deputado dirigente do partido Vontade Popular, que aconteceu hoje em Caracas.
Superlano jogou longe o celular ao ser preso, como mostra um vídeo que foi postado em sua conta no X.
Dois acompanhantes foram presos com ele.
O aparelho foi recuperado por um agente.
A oposição denunciou o episódio como "sequestro".
O candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, escreveu:
Infelizmente, nas últimas horas temos relatos de mortos, dezenas de feridos e detidos. Instamos as forças de segurança a respeitarem a vontade expressa em 28 de julho e a porem fim à repressão às manifestações pacíficas.
MINISTRO DA DEFESA
O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, apareceu ao lado de comandados para dizer que "estamos, sinceramente, na presença de um golpe de Estado".
Ele aparentemente se refere ao fato de que a oposição proclamou por conta própria o candidato Edmundo González Urrutia como presidente eleito, depois de promover uma contagem paralela:
Um golpe de estado deflagrado pelos fascistas da direita extremista, apoiado supostamente por fatores imperiais, o imperialismo estadunidense e seus lacaios.
Urrutia é o terceiro civil proclamado presidente da Venezuela por fora das instituições.
Em janeiro de 2019, o deputado Juan Guaidó se autoproclamou presidente -- e recebeu o reconhecimento de mais de 50 paises.
Em 2002, depois do golpe que derrubou Hugo Chávez, o empresário Pedro Carmona Estanga, presidente da Federação Venezuelana de Câmaras de Comércio, foi declarado presidente por um "decreto" assinado por integrantes da sociedade civil, dentre os quais Maria Corina Machado.
Ao assumir, Carmona fechou o Congresso e extinguiu a Constituição chavista num "canetaço". Solto por militares, Chávez reassumiu o poder com apoio popular.
Maria Corina Machado, a principal liderança da oposição, foi quem "proclamou" Edmundo González Urrutia presidente da Venezuela, alegando que ele venceu por larga margem.