Durante a cerimônia de proclamação de sua vitória nesta segunda-feira (29) no Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o presidente eleito Nicolás Maduro declarou o empresário Elon Musk como o novo arqui-inimigo da Venezuela.
Segundo Maduro, Elon Musk já "comprou" a Argentina e o Equador por causa do lítio e tinha planos de patrocinar ataques e invasões contra a Venezuela. Além disso, Maduro afirmou que o dono da Tesla é "a representação do fascismo no mundo" e que financia candidaturas da extrema-direita.
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Maduro disse: "As redes sociais criam uma realidade virtual, e quem controla essa realidade virtual? O nosso novo arqui-inimigo: o famoso Elon Musk. Ele queria vir com seus foguetes e um exército para invadir a Venezuela. Elon Musk, ainda bem que você mostrou a cara, pois sabíamos que você estava por trás de tudo com seu dinheiro, seus satélites... Ele pretende controlar o mundo. Ele já controla a Argentina. Ele vai atrás do seu lítio, povo argentino. Ele já controla o Equador".
Em seguida, Maduro afirmou que Elon Musk "é a representação do fascismo no mundo. O poder econômico apoiando a extrema-direita. Agora, o consideramos um arqui-inimigo da paz na Venezuela. Hoje ele postou no X. Eu vou dizer, pois é vergonhoso... Ele postou um tweet, como chamávamos antes, com imagens de pessoas carregando caixas, era um vídeo que circulava por aí de pessoas carregando caixas de ar-condicionado, e ele disse: 'a prova de que Maduro roubou as eleições, nas caixas estão roubando urnas’”.
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Maduro continuou: "Elon Musk, você está desesperado, se controle, eles te levarão ao fracasso como a direita levou todos os políticos dos EUA ao fracasso. Elon Musk, que mexe comigo, fracassa. Quem mexe com a Venezuela, fracassa, Elon Musk. Quer uma briga, Elon Musk? Estou pronto! Sou filho de Bolívar e de Chávez! Não tenho medo de você, Elon Musk. Vamos conversar, onde você quiser", finalizou Nicolás Maduro em tom de desafio.
Confira a declaração de Maduro no vídeo abaixo:
Venezuela expulsa missões diplomáticas de países que não reconheceram vitória de Maduro
O chanceler da Venezuela, Yvan Gil, revelou através das redes sociais que o governo venezuelano decidiu expulsar todas as missões diplomáticas dos países que não reconheceram o resultado das eleições que garantiram um novo mandato ao presidente Nicolás Maduro.
Dessa forma, as missões diplomáticas da Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai, conforme comunicado do governo, devem deixar a Venezuela "imediatamente".
"A República Bolivariana da Venezuela expressa sua mais firme rejeição às ações e declarações intervencionistas de um grupo de governos de direita, subordinados a Washington e abertamente comprometidos com os postulados ideológicos do fascismo internacional, tentando reeditar o fracassado Grupo de Lima. Esses governos estão tentando ignorar os resultados eleitorais das eleições presidenciais de domingo, 28 de julho de 2024, que deram a vitória a Nicolás Maduro Moros como presidente da República Bolivariana da Venezuela para o novo período constitucional 2025-2031", diz o comunicado emitido pela chancelaria do governo da Venezuela.
Em seguida, o comunicado afirma: "O governo da República Bolivariana da Venezuela, diante deste nefasto precedente, que atenta contra a nossa soberania nacional, decide retirar todo o pessoal diplomático das missões: Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai; exigir destes governos a retirada imediata de suas representações em território venezuelano."
CNE proclama Maduro presidente eleito
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela proclamou nesta segunda-feira (29) Nicolás Maduro como presidente eleito. De acordo com o órgão, Maduro obteve 51,2% dos votos, e o candidato da oposição, Edmundo González, 44%.
Além disso, o CNE também informou que a diferença de votos entre Nicolás Maduro e Edmundo González foi de 704 mil votos.
Durante a proclamação, que foi transmitida ao vivo pelas redes, Nicolás Maduro afirmou que “o fascismo foi derrotado” e, assim como em seus comícios, voltou a afirmar que na Venezuela a extrema direita não se criará.
“O povo disse paz, tranquilidade. Fascismo na Venezuela, na terra de Bolívar e Chávez, não passará”, disparou Maduro.
Apesar da proclamação do CNE, a oposição não reconheceu o resultado e acusa o sistema eleitoral venezuelano de fraude. Afirmam que Edmundo González teve 70% dos votos, enquanto Maduro teria obtido apenas 30%. Até este momento, porém, não foram apresentadas provas de que houve fraude na eleição do país.
“Queremos dizer ao mundo que a Venezuela tem um novo presidente eleito e é Edmundo González”, declarou Maria Corina Machado.
Oposição venezuelana será investigada por suposto ataque hacker ao sistema eleitoral
O Ministério Público da Venezuela revelou nesta segunda-feira (29) que abriu uma investigação para apurar um suposto ataque hacker contra o sistema eleitoral da Venezuela. De acordo com o órgão, os principais suspeitos são os líderes da oposição, entre eles, Maria Corina Machado.
“De acordo com as informações sigilosas que recebemos, o principal envolvido neste ataque seria o cidadão Lester Toledo, infame fugitivo da Justiça que está no exterior. Junto com ele, parecem estar envolvidos os fugitivos da justiça venezuelana Leopoldo López e María Corina Machado. Os promotores estão coletando evidências dessas ações que tentaram adulterar os resultados”, declarou Tarek William Saab, procurador-geral da República na Venezuela, em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira.